PESQUISA Data de Publicação: 21 nov 2018 07:23 Data de Atualização: 21 nov 2018 09:14
Um laboratório no Câmpus Criciúma está alavancando projetos de pesquisa da instituição em parcerias com a indústria cerâmica da região. Com equipamentos modernos e investimentos em torno de R$ 270 mil, o Laboratório de Processos Químicos tem foco na pesquisa aplicada e vem realizando experimentos que visam ao incremento na resistência de porcelanatos, à redução dos custos de produção e ao reaproveitamento de materiais.
O laboratório foi viabilizado por recursos do CNPq, do Instituto Serrapilheira, da Fapesc e de editais internos do IFSC. Com o projeto “Têmpera química aplicada na fabricação industrial de porcelanatos”, o Câmpus Criciúma foi o único Instituto Federal a ter um projeto aprovado na primeira chamada pública lançada pelo Serrapilheira, instituição privada de incentivo à pesquisa lançada em março de 2017.
Coordenado pelo professor Marcelo Dal Bó, o Laboratório de Processos Químicos já contava com um forno de queima rápida (1.300ºC), um forno de fusão de fritas (1.700ºC), um forno mufla (1.200ºC), um moinho planetário, um moinho de bolas, estufa, balança, reator encamisado de 2 litros e bancada didática de Mecânica dos Fluidos. Com recursos do Instituto Serrapilheira, foram adquiridos uma prensa semiautomática, um flexímetro e um forno semi-industrial, além de notebook, impressora e a reforma da infraestrutura do laboratório.
Em outubro deste ano, o projeto foi visitado por Cristina Caldas, responsável pela coordenação das iniciativas de apoio à pesquisa científica no Instituto Serrapilheira, que veio ao Câmpus Criciúma conhecer a aplicação dos R$ 100 mil investidos no projeto de pesquisa de têmpera química em porcelanatos. O projeto visa incrementar a resistência mecânica de porcelanatos com a aplicação de um processo químico.
“Os resultados preliminares mostraram que o processo de têmpera química pode incrementar até 74% da resistência à flexão do porcelanato, onde a temperatura do tratamento químico e a composição da massa cerâmica são os fatores importantes ao processo. Isso pode levar a uma significativa redução de espessura dos revestimentos cerâmicos do tipo porcelanato, reduzindo seu custo de produção e, consequentemente, o custo para o consumidor final”, explica Marcelo Dal Bó, que também é coordenador de Pesquisa e Inovação do Câmpus Criciúma.
Cerâmica artística
O laboratório está vinculado ao grupo de pesquisa ProMat, formado em 2008 com o objetivo de atender as demandas dos arranjos produtivos da região. Atualmente o grupo é coordenado pelos professores Lucas Dominguini (Câmpus Criciúma) e Suzy Pascoali (Câmpus Araranguá).
Entre os projetos desenvolvidos pelo ProMat recentemente, dois resultaram em transferência de tecnologia para o Olaria das Artes, núcleo de cerâmica artística localizado no município de Morro da Fumaça. Com a participação de estudantes bolsistas, o grupo pesquisou a produção de fritas e esmaltes cerâmicos a partir de resíduos de vidro.
Os resultados dos projetos mostraram a possibilidade de se incorporar até 8% de resíduo de vidro em esmaltes de cerâmica artística. As formulações e as curvas de queima dos esmaltes foram disponibilizadas gratuitamente ao Olaria das Artes. “Foram usados resíduos de vidro de janela, potes e de garrafas para a elaboração dos esmaltes especiais. A transferência de tecnologia para a Olaria das Artes possibilitará o incremento do valor agregado da cerâmica artística produzida na região sul de Santa Catarina”, explica Marcelo.
Os resultados dos projetos também foram apresentados em eventos científicos como o Seminário de Ensino, Pesquisa, Extensão e Inovação (Sepei) e o Simpósio de Integração Científica e Tecnológica do Sul Catarinense (Sict-Sul).
Para saber mais, acesse o site do ProMat.