Turmas do Técnico em Agroecologia visitam propriedades rurais em Capão Alto

ENSINO Data de Publicação: 19 abr 2024 13:53 Data de Atualização: 19 abr 2024 14:33

Na última terça-feira (9), duas turmas do curso técnico em Agroecologia do Câmpus Lages realizaram atividades no município de Capão Alto, na Serra Catarinense. Eles foram visitar propriedades rurais e assistiram palestras sobre produção sustentável. O curso técnico em Agroecologia é na modalidade concomitante, ou seja, os alunos realizam o Ensino Médio em outra instituição e a parte técnica no IFSC. Ele tem duração de dois anos e é ofertado no período vespertino. Ao todo, 19 alunos participaram das atividades.

Quem coordenou a atividade foi o professor Roberto Komatsu. Para ele, esse tipo de atividade é muito importante para que os alunos possam ter contato com situações reais de aplicação dos conteúdos de sala de aula. "Na visita eles puderam conversar com os produtores e terem consciência de como é o dia a dia de uma propriedade rural e como funciona, na prática, uma produção sustentável de alimentos", conta o professor. Dentre as atividades do dia, a que abriu as atividades foi uma palestra com Valmor Ramos, extensionista rural da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), que abordou com os alunos a parte técnica do manejo de propriedades rurais sustentáveis.

Em especial, o relato do palestrante sobre os pequenos frutos chamou atenção. Para o aluno Pedro da Silva, da primeira fase do curso, esse tipo de produção pode ser uma alternativa de renda muito importante. "Eles necessitam de uma área reduzida e, com isso, menor risco climático. Os pequenos frutos em si são um alimento saudável e sendo assim é um cultivo perene. Então, são diversas vantagens, entre elas a possibilidade de aproveitamento em sorvetes, geleia, chocolate com fruta e outras coisas. Nesse caso, o que mais me agradou foi o morango", comenta o aluno.

Para Pedro, a palestra acabou por casar com a primeira visita, que foi na propriedade de Ederli Salmo dos Santos, que investe na produção sustentável de  exatamente do morango. O produtor também atua na área dos fertilizantes químicos, porém para o manejo de doenças e insetos no sistema orgânico. "Por mais que a gente tenha visto a palestra, me interessou bastante ver pessoalmente. Eu achei muito legal ver ali os morangos e já sabendo várias características que eu vi na palestra feita anteriormente", completa. 

A segunda propriedade é dos produtores Edinei e Antônio, que trabalham com soja, milho para silagem, feijão e hortaliças no sistema sustentável. A produção é pautada na agricultura familiar, fato que gerou maior interesse por parte dos alunos. "O que mais me chamou atenção nas visitas das propriedades foi toda a questão da agricultura familiar, a diversificação das culturas, das espécies, dos sistemas agroflorestais com pastagens, com grãos, com hortaliças, toda a questão da mão de obra, do manejo, do cultivo, do suor de cada família para ter aquele alimento e para abastecer a cidade", disse Evelin Aparecida da Silva, aluna do terceiro módulo do curso.

"A agricultura familiar, na minha opinião, é fundamental. Então, eu acho que o que mais me chamou a atenção foi isso. Muito legal você parar para pensar que, literalmente, aquela propriedade do seu Antônio não é só ele quem administra, é a sua esposa, são seus filhos, provavelmente os seus netos vão ajudar também, e assim vai indo de geração em geração, e assim o agro nunca para. Isso me emocionou muito", concorda Pedro.

Outro ponto de destaque, segundo os alunos, foi o cuidado com a produção orgânica e o cuidado com o solo, a terra onde plantam seus alimentos. Além disso, cabe o destaque a toda a receptividade dos produtores para com as turmas. "Eu achei tão legal você ver ali o seu Antônio explicando cada detalhe. Ele abriu mão e mostrou toda a propriedade dele, mostrou como funciona, como eram as plantações e tudo mais. Eu achei muito interessante também que tudo é feito de forma sustentável e orgânica, sem agrotóxicos. Isso achei muito legal ressaltar, todo o cuidado para selecionar a dedo cada produto que é usado em cada plantação", avalia Pedro.

Importância para o curso

Assim como o professor Komatsu avaliou, os alunos também veem como um fator positivo sair da sala de aula acompanhar na prática como aqueles assuntos abordados no IFSC, no ambiente escolar, são gerenciados na prática. Também, essas visitas cumprem um papel importante na permanência e êxito dos estudantes, evitando a evasão. "Esse tipo de atividade para o ensino do aluno é extremamente importante, pois além de ajudar a fixar a matéria, mostra a verdadeira realidade, como são feitas as coisas, como acontecem, como são na prática. Com certeza dá vontade de continuar o curso, pois cada vez que a gente olha nos olhos de um agricultor e vê toda a esperança, o orgulho de quem ele é, de quem eles são, nos dá uma felicidade e uma força de continuar", disse Evelin.

Participou da visita também o professor José Mecabô. O estudante Pedro corrobora a opinião da colega Evelin e acrescenta o poder da atividade no auxílio do processo ensino-aprendizagem. "Torna-se uma forma mais divertida e descontraída de aprender. Além de você estar na sala de aula com o professor capacitado, você pode conhecer agricultores e fazer perguntas de perto, conhecer um solo de perto, as plantas, conhecer e saber como funciona uma safra e etc. Foi a minha segunda viagem técnica este ano na agroecologia do IFSC e eu aprendi muito mesmo", continua o aluno.

Ele finaliza com outro ponto positivo deste tipo de atividade, o lado lúdico e a oportunidade de visitar outros lugares. "É uma viagem descontraída para conhecer novos lugares, que também é muito bom para os alunos. E se torna uma viagem divertida com pessoas legais do seu lado e que você tem a oportunidade de conhecer outras pessoas e novas histórias', finaliza.

 

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