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Desafios e conexões durante o intercâmbio

BLOG DOS INTERCAMBISTAS Data de Publicação: 08 jul 2025 08:30 Data de Atualização: 08 jul 2025 08:30

A experiência de intercâmbio é diversa, repleta de desafios e de oportunidades. No relato da Ana Beatriz Faustino Souza, estudante do curso de bacharelado em Análise e Desenvolvimento de Sistemas no Câmpus Gaspar, percebemos um pouquinho disso. Ela fez parte, durante este semestre, do Propicie, o programa de intercâmbio do IFSC, no Instituto Politécnico de Beja, em Portugal. Por lá, ela participou de um projeto de pesquisa, fez amizade com outros estudantes do IFSC e conheceu outros intercambistas de diversas nacionalidades.

Veja o relato completo da Ana:
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Me chamo Ana Beatriz Faustino Souza, tenho 20 anos de idade e estou em Beja, Portugal, desde o dia 10 de março. Iniciei minha participação no projeto do Reconhecedor Automático de Movimentos Físicos, um subprojeto do CAPACITA aqui no IPBEJA. Até a presente data (27 de março) realizei uma pesquisa sobre Datasets, suas características, como são criados, treinados e testados, assim como quais seriam mais aplicáveis para nosso projeto. Também tenho analisado as features do projeto CAPACITA para alinhar quais dados serão necessários para o dataset escolhido ou desenvolvido. Tudo isso está sendo documentado para futuramente gerar um artigo científico.

Sobre meu intercâmbio cultural, admito que acreditava ser mais fácil a comunicação por se tratar de um país com a mesma língua, mas encontrei diversas palavras e regionalismos do baixo alentejo que tive que questionar o que significava, ou até mesmo palavras que utilizamos mas que possuem significados diferentes aqui (giro, por exemplo, significa legal, ou se cumprimentamos mais de uma pessoa dizemos boas tardes, no plural).

Além disso, tem diversos intercambistas do projeto ERASMUS que não falam português, então nos comunicamos usando espanhol ou o inglês, principalmente, no caso de colegas da Bélgica, Alemanha, Eslováquia, Bulgária, Croácia, entre outros países. Assumo que tem sido um desafio, mas é reconfortante saber que nenhum de nós é nativo da língua inglesa e que possuímos as mesmas dificuldades. No final, sempre conseguimos nos comunicar. 

Estou morando numa residência do instituto, na qual a maioria dos moradores é de Cabo Verde, Angola e Guiné Bissau, então costumamos nos comunicar em português. Minha colega de quarto é de Cabo Verde. Ela está aqui realizando seu mestrado e é uma pessoa muito organizada e respeitosa, nós nos entendemos bem. Mas meus principais e mais próximos parceiros nessa jornada continuam sendo os Brasileiros que vieram junto comigo para cá; Maria, minha amiga que é doce mas decidida, com quem eu divido todas as minhas compras pra casa e os momentos de aperto; Lucas possui um coração lindo, uma inteligência invejável, e assim, como Maria, é extremamente responsável; Lorenzo sem dúvidas é a alma do grupo, sua animação em estar aqui e viver todas as experiências possíveis é inspiradora; Victor, que trabalha comigo no projeto, não poderia ser uma companhia melhor, sempre prestativo, buscando se aperfeiçoar, cada dia se mostra mais competente. Sempre que possível nos reunimos, às vezes cozinhamos e, não adianta, nossa comida não fica igual com os produtos daqui.

O almoço da faculdade em geral é muito completo, a melhor parte é sempre ter sopa de entrada. Nesse frio, pude me acostumar com essa tradição fácil. Passamos por um momento difícil, climaticamente falando, durante o período de fortes chuvas e vento. Agora tem melhorado, já vemos o sol e diminuímos as camadas de roupa.

Cada dia que passa me sinto melhor aqui. Mas confesso que o início foi difícil, nos momentos de silêncio, a saudade é arrebatadora: do nosso lar, nossa rotina, amigos, família, relacionamento. Pelo menos vivo na era da ligação de vídeo onde podemos nos aproximar um pouco. Também criei uma conta no Instagram (@aanabeatrip) para fazer postagens sobre minha trajetória aqui, para que possam me acompanhar, compartilhar dicas e experiências.

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