EXTENSÃO Data de Publicação: 04 dez 2024 15:55 Data de Atualização: 06 dez 2024 14:57
Manejo de doenças em grandes culturas, defesa sanitária vegetal e a importância do receituário agronômico foram os temas do 2º Seminário Técnico da Agronomia do Câmpus Canoinhas. O evento realizado no dia 7 de novembro fez parte da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), apoiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
O tema “Estratégias para o manejo de doenças em grandes culturas” foi abordado pelo engenheiro agrônomo Daicon Moreira Godeski, da Acta Agro Pesquisas. Já o engenheiro agrônomo Felipe Augusto Muller Pazda, do Departamento Regional de Canoinhas da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), falou sobre “Defesa sanitária vegetal e a importância do receituário agronômico”.
Em sua segunda edição, o Seminário Técnico da Agronomia teve como objetivo contribuir na formação dos estudantes e capacitação da comunidade externa na área de fitossanidade. “Foi um espaço para fortalecimento da formação profissional contínua e aprimoramento das práticas de manejo agrícola”, enfatiza o coordenador do curso de Agronomia, Douglas André Wurz.
Manejo de doenças
Fundador da Acta Agro Pesquisas Agrícolas, Daicon Godeski falou sobre as pesquisas com soja que realiza na região desde 2021 para identificar produtos, cultivares, manejos e outros tratamentos que mais se adaptam ao clima e solo locais. O trabalho começou em Canoinhas com 25 tratamentos diferentes em 100 parcelas, que são microlavouras demarcadas para estudo. Na safra 23/24, o estudo abrangeu mais de 400 tratamentos em 2.000 parcelas, nos municípios de Canoinhas e Mafra, em Santa Catarina, e Lapa, no Paraná.
A partir do diagnóstico dos quatro últimos anos, o engenheiro agrônomo conversou sobre os desafios da produção, manejo de doenças, a relação entre cultivares e doenças e a escolha dos fungicidas. “É trazer uma informação sobre manejo, produto, cultivar e vários outros tratamentos dentro de uma micro-parcela, onde a gente faz repetições e análises estatísticas, pra ver a diferença de produtos dentro de um mesmo ângulo, da mesma condição”, explica.
Conforme Godeski, as análises estatísticas das parcelas experimentais contribuem para dar um direcionamento prático aos produtores da região, com indicações dos melhores produtos e manejos para controle de doenças da soja, como ferrugem, oídio, manchas e mofo branco. Para garantir a idoneidade dos resultados, o engenheiro agrônomo explica que a pesquisa agrícola não pode ter vínculo comercial e precisa um mínimo de quatro repetições e de avaliações sem saber o produto avaliado.
Sanidade vegetal
Na segunda parte do Seminário Técnico da Agronomia, o engenheiro agrônomo Felipe Augusto Muller Pazda falou sobre o trabalho geral da Cidasc - empresa pública responsável por executar os serviços de defesa sanitária animal e vegetal em Santa Catarina, mas com foco em sanidade vegetal, que foi o tema da palestra.
“Defesa sanitária vegetal refere-se ao conjunto de medidas e ações implementadas para proteger as plantas contra o ataque de pragas e outros fatores que possam comprometer a produção agrícola, a biodiversidade e o meio ambiente”, explica o engenheiro agrônomo.
Durante a apresentação, ele falou sobre os programas estaduais de defesa sanitária vegetal para evitar a introdução, disseminação e o impacto de organismos nocivos nas plantações e ecossistemas. Os três que mais se destacam na região do Planalto Norte são o monitoramento da ferrugem asiática da soja, monitoramento da cigarrinha do milho e a detecção da praga Amaranthus palmeri, que é um tipo de caruru considerado uma das plantas daninhas mais difíceis de serem controladas.
Felipe Pazda falou também sobre o trabalho da Cidasc na fiscalização do comércio de insumos agrícolas, a importância do receituário agronômico para evitar o uso indiscriminado de agrotóxicos e o Programa de Controle e Monitoramento de Agrotóxicos. “A gente não quer desestimular a agricultura. Muito pelo contrário: a gente promove o agronegócio, através da defesa sanitária vegetal. Mas, a gente tem a missão de preservar a saúde pública. E ninguém aqui quer comer agrotóxico.”