PESQUISA Data de Publicação: 18 jul 2025 11:33 Data de Atualização: 08 ago 2025 16:35
Um grupo de estudantes do curso de Sistemas Embarcados do Câmpus Tubarão está levando tecnologia para onde a internet não chega. Os alunos Thobias Karpinski , Elias Pereira e Thais Sá Claudino estão desenvolvendo o FireShield, uma estação meteorológica remota voltada ao monitoramento ambiental de áreas florestais e agrícolas. O projeto tem como destaque a comunicação via LoRa, tecnologia de longo alcance e baixo consumo que não depende de Wi-Fi, satélite ou 5G, tornando o sistema ideal para regiões remotas e sem infraestrutura.
A proposta é ambiciosa: um sistema que pode ser instalado a até 15 km da base de controle, alimentado por baterias de longa duração (com autonomia de até 4 meses) ou por painéis solares, capaz de monitorar em tempo real condições como temperatura, umidade, direção e velocidade do vento, presença de gases inflamáveis e focos de calor. Tudo isso com sensores integrados ao microcontrolador ESP32, que coleta os dados, realiza o processamento local e envia os alertas automaticamente.
Segundo os estudantes, o objetivo do FireShield é simples e fundamental: detectar incêndios o mais cedo possível, quando ainda podem ser contidos com facilidade. “Muitas vezes o combate só começa quando o fogo já está fora de controle. Nosso sistema busca antecipar essa resposta”, explica Thobias Karpinski, um dos idealizadores do projeto.
Além da prevenção de desastres ambientais, o sistema pode gerar impactos econômicos e sociais positivos: redução de prejuízos com lavouras e florestas, menores custos com seguros rurais e apoio à preservação de ecossistemas ameaçados. O FireShield também se destaca por sua modularidade e escalabilidade, permitindo a expansão para grandes áreas e fácil manutenção.
O projeto é orientado pela professora Thaisa Rodrigues e faz parte da unidade curricular de Desenvolvimento de Produto. Já conta com protótipos em fase de testes e utiliza infraestrutura do próprio IFSC, como placas ESP32 com módulo LoRa e gateways dedicados.
Para os alunos, além da contribuição à sociedade, o FireShield representa um passo importante na formação acadêmica: “Aqui, unimos inovação, sustentabilidade e tecnologia de ponta. É gratificante desenvolver algo que possa realmente proteger vidas e o meio ambiente”, conclui Elias Pereira.
A equipe agora se prepara para validar o sistema em campo, com testes reais de comunicação, autonomia energética e precisão dos sensores. A previsão é de que até o final de 2025 o protótipo esteja operando em ambiente externo.