Câmpus Araranguá inaugura planetário móvel voltado à divulgação científica na região

EXTENSÃO Data de Publicação: 08 jul 2025 14:39 Data de Atualização: 21 jul 2025 09:57

O Câmpus Araranguá do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) inaugura na próxima sexta-feira, 18 de julho, seu mais novo equipamento de divulgação científica: um planetário móvel, que será utilizado para levar ciência a escolas, comunidades e eventos da região Sul catarinense. A estreia oficial será marcada por uma sessão pública, realizada no próprio câmpus, com a presença de autoridades e convidados.

Adquirido com recursos de um edital de chamada pública da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc), o planetário custou R$ 125 mil, e outros R$ 125 mil serão destinados ao custeio de passagens, diárias e transporte, o que permitirá ao IFSC atuar com o equipamento em diferentes cidades. “A partir desse momento, vamos divulgar na imprensa e em outros canais o e-mail para agendamento do planetário. O agendamento vai ser livre para todo mundo: escolas, associação de moradores, festas comunitárias – desde que seja um local público e gratuito poderemos levar o planetário junto com nossos estudantes”, explica o professor Felipe Damasio, responsável pelo projeto.

A proposta é que o equipamento represente mais do que uma sala de projeções. “A ideia é não levar somente o planetário. Ele será acompanhado de exposições, experimentos e outras atividades de divulgação científica em paralelo. Quando visitarmos alguma escola, também levaremos telescópios, construindo todo um ecossistema ao redor dele”, afirma Damasio. “Nosso objetivo é levar o trabalho desenvolvido no IFSC também para além dos muros do câmpus”, complementa.

O planetário do IFSC Araranguá também será utilizado para apresentar conteúdos relacionados às pesquisas desenvolvidas na unidade. “Por exemplo, tenho uma mestranda que está trabalhando com divulgação científica de matéria escura. Então, todo o material de divulgação que ela produzir será exibido também no planetário”, acrescenta o docente.

O equipamento adquirido é o Conjunto Planetário Portátil, modelo AsterAzurium Lite D6F60 com projetor digital, e foi entregue no último dia 3 de julho. Durante dois dias, a equipe envolvida recebeu um treinamento para aprender sobre montagem, operação do dispositivo e desmontagem. A capacitação foi realizada por um técnico enviado pela empresa fornecedora, de São Paulo. O profissional treinou professores e alunos, que irão repassar o conhecimento adiante.

Os recursos para compra foram obtidos por meio do projeto A divulgação científica em ambientes não formais como ferramenta de combate ao negacionismo científico, aprovado no edital de chamada pública Fapesc nº 21/2024. Além da coordenação de Felipe Damasio, a iniciativa conta com a participação de uma equipe de docentes e pesquisadores: Mônica Knöpker, Adriano Antunes Rodrigues, Mirtes Lia Pereira Barbosa e Edmilson Souza Barreto, do IFSC Araranguá; Naiane Machado Mariano Sartor, do IFSC Criciúma; e Marcelo Freitas de Andrade, do Câmpus Araranguá da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Ainda assim, uma das marcas do projeto é o protagonismo estudantil. “Na verdade, os professores estão apenas orientando o trabalho de alunos. Quem desenvolve os projetos, quem aparece na divulgação científica são os estudantes. Quem pesquisa, estuda e apresenta resultados são eles. Acreditamos no protagonismo discente”, reforça o coordenador.

Ciência contra o negacionismo

A iniciativa vai além da popularização da astronomia e busca atuar diretamente no combate à desinformação e ao negacionismo científico. “Aprender ciência, entender ciência e gostar de ciência não é só questão acadêmica, é questão de vida ou morte. O negacionismo climático e o das vacinas estão matando pessoas. Estamos vendo o impacto da negação das vacinas, por exemplo, em nosso estado, onde os hospitais estão lotados e há gente morrendo de gripe, mesmo com vacinação disponível”, destaca Damasio. A estratégia é envolver o público em geral, principalmente crianças, criando uma relação de confiança com o conhecimento científico desde cedo. 

Essa mobilização faz parte de uma trajetória consolidada do IFSC Araranguá em ações de extensão e divulgação científica. O câmpus mantém projetos como o Clube de Astronomia de Araranguá e o IFScience, que atualmente publica vídeos educativos sobre os 100 anos da mecânica quântica. Conta ainda com um laboratório de mídias, estúdio de podcast, impressora 3D e material maker voltado à disseminação de conteúdo científico.

Próximos passos

Alguns itens complementares para a utilização do planetário ainda deverão ser adquiridos por meio de outras ações. “Não conseguimos comprar o sistema de som com este recurso. No momento, estamos usando caixas de som do próprio IFSC, mas pretendemos adquirir um equipamento de áudio adequado em futuros projetos”, informa o coordenador. 

Além do planetário móvel, a unidade já possui projetos prontos aguardando novos editais, como a construção de um planetário fixo no Câmpus Araranguá, a criação de um museu de ciências e outras iniciativas que pretendem expandir ainda mais o alcance da ciência na comunidade.

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