ENSINO Data de Publicação: 23 out 2024 10:12 Data de Atualização: 25 out 2024 09:24
O Câmpus Criciúma do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) realizou, de 14 a 19 de outubro, a nona edição da Semana Tecnológica, evento que faz parte das programações da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT). Uma das marcas da edição deste ano foi a contribuição dada por atuais estudantes e egressos da instituição, que compartilharam seus conhecimentos e suas experiências profissionais em palestras e oficinas.
“A Semana Tecnológica possibilitou aos nossos estudantes participarem de muitas atividades além da sala de aula, contato com diversas temáticas da atualidade e interação com diversos trabalhos e pesquisas desenvolvidas aqui dentro. Além disso, foi muito gratificante ver alguns de nossos egressos já formados voltando em nossa instituição como palestrantes e ministrando oficinas”, afirma o professor Rodrigo Battisti, coordenador de Pesquisa do Câmpus Criciúma.
Formada em 2020 no curso de Licenciatura em Química, um pouco antes da pandemia, Cíntia Máximo de Souza conta que ainda não tinha tido a oportunidade de retornar ao IFSC. Na Semana Tecnológica, ela ministrou duas palestras, para estudantes do curso técnico em Química e da Licenciatura em Química, sobre a Química dos Alimentos e as possibilidades de atuação profissional.
“Compartilhar minha experiência foi emocionante. Eu me graduei em 2020, logo em seguida veio a pandemia, então eu não tinha mais retornado ao Câmpus e, quando eu voltei aqui, foi uma experiência incrível e emocionante. Eu sou muito grata ao IFSC pelas oportunidades que a instituição me proporcionou, então voltar e relembrar tudo que eu vivi aqui foi muito gratificante”, diz Cíntia, que chegou ao IFSC já formada como Engenharia Química mas viu na sala de aula sua paixão.
“Eu atuei 15 anos na indústria e entrei na Licenciatura em Química por uma curiosidade e por desejo de aprender um pouco mais sobre Química. Depois que eu tive a oportunidade de conhecer a Licenciatura e de fazer os estágios em sala de aula, me encantei pela profissão e atualmente estou 100% em sala de aula, porque realmente o IFSC me proporcionou essa oportunidade e valeu muito a pena fazer essa transição de carreira. Hoje eu me sinto bastante realizada com essa profissão de professor”, afirma.
Egresso do curso técnico em Mecatrônica e atualmente cursando Engenharia Mecatrônica, Vinícius Ricardo Custódio ministrou uma oficina sobre “Processos de gravação a laser”, para alunos do curso técnico, e apresentou o processo de soldagem a laser representando a empresa Valentin Soluções Industriais, onde trabalha. “É uma experiência bastante gratificante poder aprender e ensinar também um pouco do que eu conheço. O IFSC sempre trouxe essa oportunidade”, diz Vinícius.
Para Rafaela Valim, que cursa Licenciatura em Química, foi a primeira experiência “comandando” uma aula prática sozinha. Ela ministrou oficinas sobre produção de aromatizadores de ambiente. “Foi bem diferente de sala de aula e principalmente porque eu estava sozinha. Foi muito legal e divertido, porque a gente interage com os alunos. E eles adoraram”, conta a estudante.
Avaliação da edição
Em 2024, os organizadores da 9ª Semana Tecnológica do IFSC Câmpus Criciúma pensaram em uma programação mais enxuta e com atividades destinadas para turmas específicas de cada curso, com uma ideia de otimizar a participação dos estudantes. “De um modo geral, tivemos maior participação dos alunos e as atividades tiveram menor evasão, o que é muito importante”, avalia o professor Bazilício Andrade Filho, integrante da comissão organizadora.
Além disso, outra novidade deste ano foi a realização, no último dia do evento, de uma edição do IFSC Portas Abertas, quando a comunidade externa foi convidada a participar de atividades e conhecer os projetos de ensino, pesquisa e extensão desenvolvidos pelo IFSC. Familiares de alunos e estudantes interessados em ingressar no IFSC participaram em grande número. De Praia Grande, a escola de Educação de Jovens e Adultos da Comunidade Quilombola São Roque esteve no IFSC para participar de uma atividade do curso de Licenciatura em Química no Canto da Horta.
“Tivemos uma manhã de sábado bem agitada no Câmpus, com pais interessados em conhecer a instituição e também familiares de nossos alunos vindo conhecer os projetos desenvolvidos. Foi uma ação acertada fazer o IFSC Portas Abertas, o Seminário de Ensino, Pesquisa e Extensão também no sábado, já que em outros anos era realizado durante a semana e fica restrito ao público interno. Esse ano, a comunidade pôde conhecer os projetos. Foi um ganho muito grande e que com certeza vai ser replicado em 2025”, afirma Bazilício.
Rodrigo Battisti também avalia positivamente a realização do Seminário durante o IFSC Portas Abertas, proporcionando a aproximação com a comunidade externa. “O envolvimento e o entusiasmo de toda a comunidade acadêmica naquele dia foram certamente um indicativo de que acertamos no formato do evento e de que devemos seguir neste caminho, levando o conhecimento científico cada vez mais próximo da comunidade”, destaca.
Para a professora Michele Guizzo, coordenadora de Extensão do Câmpus Criciúma, um dos pontos positivos da Semana Tecnológica foi a participação dos estudantes nas atividades, organizadas por temas de interesse e direcionadas para as turmas, apesar das dificuldades geradas pela necessidade de ajuste do calendário acadêmico em função da greve dos servidores realizada no primeiro semestre.
“Apesar das limitações que tínhamos em relação ao tempo e à preocupação de não prejudicar ainda mais nosso calendário, foi um evento muito positivo. Uma sugestão para o próximo ano é que a Semana seja concentrada e não precise estar espalhada na semana toda, sendo mais concentrada nos três últimos dias da semana, além do sábado”, avalia.
A grande presença da comunidade externa no IFSC Portas Abertas é um dos pontos, para a professora, que indica a importância da atividade. “O evento no sábado demonstrou o anseio da comunidade de estar no IFSC, conhecer como a instituição funciona e poder participar. Isso foi muito importante, para abrir nossos olhos, para que cada vez mais possamos receber a comunidade. É um evento que precisa ser repetido. Teve um formato muito dinâmico, todas as áreas estavam representadas, os alunos muito orgulhosos, muito comprometidos, isso é muito importante também para a formação deles”, afirma Michele.