SEPEI Data de Publicação: 26 jul 2024 17:12 Data de Atualização: 28 jul 2024 11:07
De 20 de 22 de agosto, o Câmpus São Miguel do Oeste recebe a 10ª edição do Seminário de Ensino, Pesquisa, Extensão e Inovação (Sepei) do IFSC. É o maior evento científico da instituição e contará com palestras, mesas redondas, torneio de robótica e muito mais. Na programação, também há apresentações de trabalhos dos câmpus. Pelo Câmpus Lages, diversos trabalhos serão apresentados, entre eles "Observatório Astronômico - Fase 1: Motorização de Montagem Equatorial", coordenado pelo professor Robson Costa, da área de Informática e Cultura Geral.
Sonho de criança
O professor conta que o interesse em realizar o projeto surge de seu interesse pessoal em astronomia e astrofísica. Ao olhar para o céu, o pequeno Robson imaginava como seriam de perto as estrelas, planetas e constelações. Com a vida adulta, e a paternidade, o desejo de menino vem à tona novamente. "Desde pequeno isso me encantava, mas eu não tinha dinheiro para comprar um telescópio. Acabei deixando isso um pouco de lado até que a minha filha se interessou por isso também, o que acabou reavivando o meu interesse. Acabei comprando um telescópio e descobri um mundo mágico. Mas observei que infelizmente o equipamento é caro. Então o objetivo do projeto é montar um conjunto mínimo para que nossos alunos possam ter essa experiência também", lembra o docente.
Por enquanto, ainda não foi possível adquirir um telescópio para o câmpus pela falta de recursos, sendo adquirido o material para fazer a motorização da montagem do tripé. O telescópico usado nos testes foi o do professor Robson. Inicialmente, como dito pelo professor, o público-alvo do projeto são os alunos do IFSC/Lages. Posteriormente, a ideia é levá-lo para a comunidade externa no formato de um projeto de extensão. "Ele foi desenvolvido no formato de um projeto de pesquisa, com um aluno do curso de Ciência da Computação como bolsista. O desenvolvimento, discussão e os testes foram realizados no AgroTechLab. Ela é uma atividade multidisciplinar, que envolve conhecimentos de astronomia, física, mecânica, mecatrônica e programação. Faz com que o aluno tenha que integrar todos estes conhecimentos para desenvolver a solução", completa o professor. Com isso, o conjunto de tripé, telescópio e acessórios são programados para achar as coordenadas dos corpos celestes de agora com os dados inseridos no computador.
O professor Robson entende a participação no Sepei como mais uma oportunidade de mostrar o que se faz no Câmpus Lages do IFSC. "A divulgação para a comunidade acadêmica sempre é importante, para que outras pessoas e a comunidade em geral tomem conhecimento das nossas atividades e que assim possamos criar novos vínculos com equipes de outros câmpus", complementa Robson. Ele lembra do impacto no estudante causado pelo projeto, fazendo com que o estudante saísse da padrão de ensino na base curricular do curso, o que resultou na sua escolha para o novo Programa de Dupla Titulação do curso de Ciência da Computação do IFSC Lages para a realização do Mestrado em Engenharia Informática no IPVC (Instituto Politécnico de Viana do Castelo) em Portugal. "Verificamos na entrevista o interesse em pesquisa, o que contribuiu para sua escolha na avaliação", finaliza.
Olhando para cima e para o futuro
O bolsista do projeto é o estudante Gabriel Gebert Souza, da 7ª fase do curso superior de Ciência da Computação. Ele conta que o interesse pelo projeto surgiu por dois motivos: o tema, a astronomia, e procurar experiência prática na área da computação. "O tema tinha o foco na automação e na área astronômica, dois assuntos que eu tenho interesse. A automação por ser uma das várias áreas que eu gostaria de trabalhar futuramente e astronomia que é um hobby que eu gosto de ler e estudar. E por não ter experiência prática na área da computação, apenas tendo a referência teórica, me interessei no projeto para desenvolver e melhorar nessa parte", explica o estudante, que é natural de Lages e chegou a cursar Engenharia Mecânica no IFSC antes de migrar para a computação.
Como comentado pelo professor, o projeto fez com que o aluno buscasse novas coisas para sua carreira, como essa oportunidade de estudar fora do país. "Com certeza, o projeto serviu como um dos primeiros passos para minha formação acadêmica. E a dupla titulação seria a próxima etapa que estou buscando", conta. Sobre a participação de desenvolvimento do projeto, Gabriel lembra as dificuldades que teve na programação dos dispositivos que controlam o telescópio e na modelagem 3D. Ao final o projeto foi concluído e o estudante leva toda essa experiência como aprendizado. "Teria muito espaço para melhoras. Levo como aprendizado todas as questões técnicas, teóricas e pessoais que aconteceram, o que foi feito e como melhorar nesses quesitos. Estar em um projeto ajuda por receber a oportunidade de poder aplicar os conhecimentos adquiridos em sala de aula, todo o aprendizado obtido anteriormente pode ser de fato testado em um projeto", completa o estudante.
O estudante também lembra o aspecto aproximador de um projeto como esse. Seja na relação do aluno com a instituição ou com as pessoas que a formam. É mais uma oportunidade de contribuir no aspecto do combate à evasão. "Além disso, um projeto fortalece os laços com o IFSC, a instituição te dá a oportunidade de aprender com os professores, sendo esse um meio extra para fortalecer a formação como profissionais. No geral sou muito grato por essa experiência", explica. Sobre a participação no Sepei, o estudante vive a ansiedade em participar do evento e contas com as experiências que podem surgir de uma atividade dessas. "Um pouco ansioso na expectativa em apresentar, apresentações em público é um dos meus pontos fracos a serem melhorados. Levo como motivação poder melhorar em certos pontos e também para retribuir ao IFSC de alguma forma pelas oportunidades fornecidas, sejam elas pelo ensino de qualidade, projetos, palestras, eventos e afins", finaliza o estudante.
Sobre o Sepei
De 20 a 22 de agosto de 2024, o Câmpus São Miguel do Oeste do IFSC receberá a comunidade do Instituto para atividades como palestras, oficinas, apresentações de trabalhos e sessões culturais relacionadas à temática "Ampliando fronteiras: educação, ciência e tecnologia para a sustentabilidade". Em sua décima edição, o Seminário de Ensino, Pesquisa, Extensão e Inovação do IFSC propõe um olhar para o futuro, ampliando as fronteiras do conhecimento e discutindo temas que impactam não só a sociedade, mas todas as formas de vida.
Questões climáticas e ambientais já são uma realidade presente e vêm trazendo grandes impactos ao planeta. Nesse cenário, que caminhos se impõem à educação profissional, científica e tecnológica? Que desenvolvimentos tecnológicos e inovadores podem contribuir para modificar essa realidade e solucionar problemas comuns?