BLOG DOS INTERCAMBISTAS Data de Publicação: 29 abr 2025 08:30 Data de Atualização: 29 abr 2025 08:30
Além de participar de um projeto de pesquisa em uma instituição de ensino estrangeira, participar do Propicie, o programa de intercâmbio do IFSC, também te oferece a oportunidade de conhecer novas culturas e pessoas de diversos países.
Foi essa a experiência que a Ariane Simões da Silva, estudante do curso técnico integrado em Comunicação Visual no Câmpus Palhoça Bilíngue, trouxe para nós em seu relato de intercâmbio. Durante este semestre, ela está participando do Propicie no Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC), em Portugal. No seu relato de intercâmbio, ela nos conta sobre como tem sido a socialização por lá, o que ela faz no projeto de pesquisa e como tem sido a experiência de estar longe da família.
Leia o relato completo:
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Participar de um intercâmbio tem sido uma das experiências mais marcantes da minha vida. Desde o momento em que recebi a notícia da aprovação, já sabia que enfrentaria desafios, aprendizados e vivências únicas. E tem sido exatamente isso e muito mais.
Uma das primeiras questões que me chamou atenção foi o idioma. Apesar de em Portugal também se falar português, as diferenças são significativas. Já passei por diversas situações engraçadas ao escutar palavras desconhecidas ou interpretar algo de forma equivocada. Felizmente, como sou fluente em inglês, minha comunicação na residência estudantil, onde vivo com mais de 30 estudantes de diferentes nacionalidades, é mais tranquila. A maioria deles não fala português, então o inglês se tornou nossa principal forma de interação.
Sobre as amizades, posso dizer que fiz muitas. Alguns colegas são do IFSC e do IFC, outros vêm de diferentes estados do Brasil (principalmente do Sul), além de amigos de várias partes da Europa, como Polônia e Itália. A convivência entre tantas culturas é desafiadora em alguns momentos, mas também é extremamente enriquecedora. Aprendemos todos os dias uns com os outros, seja nas conversas, nas refeições ou nos pequenos hábitos do dia a dia.
Entre as curiosidades que mais me chamaram a atenção, vou destacar o fato de que a maioria das pessoas por aqui fala inglês com facilidade, o que facilita muito para os estrangeiros. Outro ponto é que em muitos locais, inclusive na faculdade, a refeição costuma começar com uma sopa. O respeito no trânsito também impressiona: os motoristas realmente param na faixa de pedestres. Além disso, os meios de transporte, como trens e metrôs, são diversos e funcionam muito bem. Algo muito curioso é o quanto a cultura brasileira está presente no dia a dia aqui, às vezes até esqueço que estou fora do país.
No projeto de pesquisa em que estou envolvida, o objetivo é desenvolver a identidade visual de uma marca de produtos locais. Minha função é analisar como representar a cultura regional na identidade da marca e trabalhar em elementos como logotipo, mockups e outros materiais gráficos. Tem sido um grande aprendizado, tanto técnico quanto pessoal. A cada dia me sinto mais preparada e percebo o quanto os conhecimentos adquiridos no IFSC estão sendo importantes para meu desempenho aqui.
Estou morando em uma residência estudantil com mais de 30 pessoas de diversos países. Divido meu quarto com a Michela, uma colega italiana com quem me dou muito bem. Consegui esse local com o apoio da Elsa Coelho, do IPVC, que tem me auxiliado bastante desde a minha chegada. Tive alguns imprevistos logo que cheguei em Portugal e só consegui me instalar completamente alguns dias depois, mas tudo se resolveu. Minha rotina é equilibrada entre as atividades do projeto, momentos de estudo e também de lazer com os amigos, incluindo passeios e pequenas viagens.
Com relação à alimentação, tenho cozinhado com mais frequência, o que é uma novidade para mim. Ainda não tenho muita habilidade na cozinha, mas aqui todos se ajudam e costumamos preparar refeições juntos como uma grande família. A culinária local é bastante diferente da brasileira, mas é deliciosa. Me encantei pelo pastel de nata da Manteigaria do Porto e pela tradicional francesinha, servida em um restaurante próximo à residência.
Agora, falando da parte mais emocional: a saudade. Falar sobre a reação dos meus pais me deixa muito emocionada, porque mesmo que eu estivesse longe de passar por algum tipo de necessidade no Brasil, eu não conseguiria arcar com os custos da viagem sem a bolsa. Eles ficaram muito orgulhosos de mim, mas também muito preocupados, pois eu recém tinha feito 18 anos e estaria atravessando o oceano, viajando sozinha pela primeira vez. Mas eles me apoiam em cada decisão que eu tomo e são a melhor rede de apoio que eu poderia ter. Sou muito grata de poder dizer que eles “não me deixam em paz”: estão sempre perguntando onde estou, se estou confortável ou se estou me dando bem com meus colegas. Falo com minha família e amigos todos os dias e sinto muita saudade, principalmente do meu gatinho de estimação, que completa 10 anos este ano e faz chamadas de vídeo comigo lá do Brasil. A saudade é grande, mas o tempo aqui passa muito rápido, e já já estarei de volta com muitas novidades para contar.
Para os estudantes que sonham em fazer intercâmbio, deixo um conselho muito importante: aprendam inglês. Mesmo que não tenham tempo para alcançar a fluência antes de embarcar, venham pelo menos com o básico. Isso ajuda muito a fazer amizades, conhecer pessoas e até durante as viagens. Quanto mais pessoas você conseguir alcançar através da sua voz, mais experiências você pode viver e o inglês proporciona exatamente isso.