IFSC VERIFICA Data de Publicação: 27 dez 2023 08:06 Data de Atualização: 20 mai 2024 18:23
Ah, um banho de cachoeira ou um mergulho no mar! É o sonho de quem espera ansiosamente pelo verão. Mas são locais em que é preciso muita atenção para um acidente não acabar com as suas férias. E por falar em atenção, já passou o protetor solar hoje? Não esqueça o vinagre se for à praia - as águas-vivas também adoram o calor. Prepare alimentos leves e beba muita água!
Estas e muitas outras questões sobre como aproveitar o verão de forma segura serão respondidas neste post do IFSC Verifica. Contamos com as explicações dos professores do IFSC, dos câmpus Itajaí e Florianópolis. Confira:
- Como será a previsão do clima para Santa Catarina neste verão?
- Em que locais é mais seguro entrar no mar?
- Qual o perigo de entrar no mar perto das rochas?
- Embarcações e banhistas, como evitar acidentes?
- Em casos de rios, o que fazer?
- Como prevenir acidentes no mar?
- O que fazer quando alguém estiver se afogando?
- Depois que a pessoa foi tirada da água, o que fazer?
- Como saber se tempestade com raios está próxima?
- Águas-vivas e caravelas, nem pense em tocar!
- As águas-vivas aparecem mais no verão?
- Qual a diferença entre insolação e intermação e como prevenir?
- O que não se deve fazer em caso de insolação ou intermação?
- A desidratação também é um perigo?
- Qual o perigo de infecções alimentares na praia?
- Idosos e crianças são mais vulneráveis?
- É perigoso consumir bebidas alcoólicas na praia?
- A exposição solar também pode causar danos à pele?
- O que fazer em caso de queimaduras na pele?
- O que fazer em caso de picada de animais peçonhentos?
- Para quem ligar em caso de emergência?
Como será a previsão do clima para Santa Catarina neste verão?
Conversamos com o professor Michel Nobre Muza, do curso técnico em Meteorologia do Câmpus Florianópolis, que falou sobre a previsão do tempo para o Estado neste verão. Veja o vídeo:
Agora que você já sabe que teremos bastante chuva e calor, veja abaixo as dicas para curtir o verão com segurança.
Em que locais é mais seguro entrar no mar?
Segundo a Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), 15 brasileiros morrem afogados diariamente, sendo que homens morrem em média 6,8 vezes mais e a maioria dos afogamentos acontecem com pessoas entre 10 e 59 anos de idade.
Já o Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC) informa que entre 2020 e 2021, cerca de 93% dos afogamentos em praias catarinenses ocorreram fora do local e horário de cobertura de guarda-vidas.
Ficar próximo aos guarda-vidas e atento às bandeiras de sinalização dos Bombeiros é o primeiro passo para ter um dia tranquilo na praia.
As bandeiras vermelhas indicam, por exemplo, locais com correntes de retorno, que são a causa de boa parte dos afogamentos. Ao olhar o mar de frente, é possível perceber a sequência de ondas quebrando, mas em alguns pontos elas não se formam. O professor da área de Recursos Naturais, no curso técnico de Aquicultura, Leonardo Machado, explica que as ondulações chegam até a areia e se espalham - é o espraiamento - mas quando a água retorna para o mar, acaba criando canais em que o fluxo de água é maior. "Esse fluxo contínuo em um mesmo ponto forma um canal que vai até possibilitar que a pessoa seja arrastada com maior facilidade porque ela não vai ter contato com o fundo."
Confira no vídeo do CBMSC como identificar uma corrente de retorno:
A orientação é nunca entrar em canais como esse da imagem. "As correntes de retorno têm uma velocidade e uma intensidade bastante forte e uma pessoa, mesmo que saiba nadar muito bem, ela não consegue vencer. Então, a gente tem que ter atenção para elas, evitá-las", orienta Leonardo.
Mas se estiver tomando banho e perceber que tem uma corrente puxando, tente sair imediatamente do local. Alguns passos ou braçadas para o lado já é possível para perceber que a corrente perde força.
Qual o perigo de entrar no mar perto das rochas?
Outro ponto perigoso e que não é aconselhável entrar no mar é próximo a rochas. E a explicação também tem relação com o fluxo da água, que forma valas em torno das pedras. No vídeo abaixo, o professor Leonardo explica porque é perigoso:
Subir nas rochas também não é uma boa ideia. Na era das selfies, muita gente se arrisca subindo em costões em busca da melhor foto. Mas basta uma onda mais forte ou um escorregão para ocorrer um acidente, muitas vezes fatal.
Entenda os riscos de caminhar sobre as rochas:
Embarcações e banhistas, como evitar acidentes?
Pelas normas da Capitania dos Portos, da Marinha do Brasil, qualquer embarcação com motor só pode navegar a mais de 200 metros da faixa de areia. A legislação inclui jet skis e banana-boats.
Em Santa Catarina, muitos municípios utilizam boias de sinalização para indicar esses 200 metros para evitar que as embarcações, principalmente as menores, se aproximem muito da praia, e servem de alerta para banhistas, surfistas e praticantes de stand up.
Mas e quando você está numa embarcação para fazer um passeio, é só curtir? Também não é assim. Leonardo alerta que os riscos nos passeios com as embarcações estão muito relacionados ao momento em que tem aquela pausa para os turistas pularem na água. "Uma pessoa só deve ir para a água quando ela tem a certeza de que o comandante autorizou, que ele está vendo que a pessoa está na água." Confira a explicação no vídeo:
Outro alerta do professor Leonardo pode parecer desnecessário, mas não é: boias infláveis só devem ser usadas em piscinas, NUNCA no mar. Parece um conselho bobo, mas ele relata que já resgatou pai e filho que estavam em um colchão inflável numa praia do Espírito Santo e foram levados pela correnteza mar adentro.
Um caso parecido virou notícia internacional em 2020. Uma menina de apenas 4 anos foi resgatada em alto-mar por uma balsa. Ela estava flutuando em uma boia de unicórnio quando uma correnteza a afastou da família.
Reprodução de foto de Petros Kritsonis/Reuters
Em casos de rios, o que fazer?
Nos rios, a força da água também forma canais, onde a profundidade é bem maior e pode ser um susto para banhistas. Leonardo explica que a posição deste canal muda ao longo do tempo. "Então não é porque a gente conhece um determinado rio que a gente vai ter certeza que está em segurança. Tem que ter atenção toda vez que entrar nele, para entender até onde a gente pode ir antes de entrar nesse canal, que normalmente é uma queda abrupta, que vai para profundidades maiores, e a gente pode ficar sem dar pé." Ele alerta ainda que o canal não é necessariamente no meio do rio, pode ser numa margem, por exemplo. Isso acontece principalmente em rios que formam curvas. "Em um dos lados o rio vai cavar, enquanto na outra margem ele vai depositar areia e vai ficar mais uma prainha", explica.
Ele destaca que um mesmo rio não é sempre igual. E às vezes ele pode mudar repentinamente. É o que acontece quando cai uma chuva muito forte. O problema fica ainda maior se a chuva forte não ocorre no ponto onde estão os banhistas, mas na cabeceira do rio, por exemplo. As pessoas podem ser pegas de surpresa com um volume de água muito grande.
O professor Leonardo é da equipe de formação de pescadores profissionais no Câmpus Itajaí. Diante de tantos alertas, ele tem um último e bem importante:
"Salto de cabeça não! O salto de cabeça é super arriscado porque a gente não tem como prever a profundidade que a gente tem naquele local, mesmo que a gente se certifique, vá lá antes e veja a profundidade, a gente não sabe até onde a gente vai chegar com o nosso salto. Então, nas praias, por exemplo, os bancos de areia estão sempre mudando. Nos rios, o canal do rio também muda de posição. Então, a gente tem que estar atento para isso, evitar os saltos de cabeça e saber muito bem o que está fazendo."
Como prevenir acidentes no mar?
Segundo a professora Angela Regina Kirchner, do curso técnico em Enfermagem do Câmpus Florianópolis, é preciso partir sempre da premissa da prevenção. Ela explica que a maior parte dos afogamentos acontecem com pessoas que sabem nadar, mas não avaliam corretamente os riscos, ou por crianças, que não têm noção do perigo. Ela aconselha a nunca entrar no mar sozinho, pois pode ter algum contratempo, como uma câimbra.
Além disso, a pessoa que se dispõe a socorrer alguém deve sempre primeiro pensar em chamar o socorro especializado, seja o guarda-vidas da praia, Bombeiros ou o SAMU. “Quem vai prestar o primeiro socorro é sempre o ‘intermediário’ entre a vítima e o socorro especializado. Você não vai ter conhecimentos e nem equipamentos suficientes para prestar um atendimento de qualidade”, alerta.
O que fazer quando alguém estiver se afogando?
A professora Angela alerta que a premissa básica de um socorrista é não se colocar em perigo, não ser a próxima vítima. Ao ver uma pessoa se afogando, algumas dicas podem ser seguidas:
- Manter a calma: a professora explica que nossos pulmões são “boias” cheias de ar, e quando gritamos, esse ar sai e perdemos a capacidade de boiar. Isso vale para quem está se afogando ou mesmo para quem está tentando ajudar. Levantar o braço, tentar chamar por socorro, tentar flutuar e não se desesperar são as primeiras coisas a fazer.
- Chamar o socorro especializado: chamar os guarda-vidas da praia imediatamente;
- Jogar objeto flutuante: jogar um objeto flutuante para quem está se afogando é uma opção. Segundo a professora Angela, nem os guarda-vidas e nem as pessoas comuns devem se aproximar de alguém que esteja se debatendo na água, sob o risco de ser puxado e se afogar também.
- Capturar a vítima por trás: assim como a dica de jogar objetos flutuantes, é preciso capturar a vítima por trás, com a cabeça para fora da água, para que ela não consiga puxar o socorrista.
Depois que a pessoa foi tirada da água, o que fazer?
Depois que a vítima foi tirada da água, há ainda algumas medidas simples de suporte que podem ser tomadas até a chegada do atendimento especializado. A professora Angela explica neste vídeo o que pode ser feito, caso a pessoa tenha segurança em prestar os primeiros socorros:
Como saber se tempestade com raios está próxima?
Segundo o professor de Meteorologia Michel Muza, como o verão será bastante chuvoso, também haverá mais incidências de tempestades e raios. Por isso é preciso estar atento à previsão do tempo e evitar as famosas tempestades de verão, com nuvens carregadas, céu escuro e muitos raios e trovões.
Mas afinal, como saber a hora de sair correndo e para onde? O professor de Física do Câmpus Florianópolis, Orlando Gonnelli Netto, explica neste vídeo:
Águas-vivas e caravelas, nem pense em tocar!
Nas praias do litoral catarinense é comum durante o verão vermos muitas águas-vivas, na areia e na água. Algumas são tão lindas que até merecem uma foto, mas cuidado! As mais bonitas, com uma espécie de balão colorido, são as mais venenosas. E detalhe: elas não são águas-vivas, são caravelas. A professora de Biologia do Câmpus Itajaí, Laura Pioli Kremer, explica a diferença:
"Águas-vivas são aquelas massas gelatinosas que a gente vê na areia. Elas são em formato de prato de disco, às vezes em formato de guarda chuva. As caravelas são um pouco diferentes porque elas têm como se fosse uma bexiga, um flutuador que é roxo azulado. E, na verdade, elas vão ser uma colônia de indivíduos, são vários indivíduos integrados." A professora alerta que ambas têm tentáculos, mas nas caravelas eles são mais finos e bem maiores, podendo chegar a 30 metros de comprimento. Nestes tentáculos é que estão as células urticantes, responsáveis pela sensação de ardência e queimação quando encostam em nossa pele.
Água-viva do tipo medusa. Foto: Ruan Luz/UFSC
Tipo Caravela tem veneno potente. Foto: Alberto Lindner/UFSC
Como esses são organismos planctônicos, que se deslocam passivamente na água, arrastados pelas ondas e correntes marinhas, acontece que quando chegam na costa e encalham na areia, já estão em fragmentos e podem ter perdido os tentáculos.
Existe outro organismo que muita gente confunde com "filhotinhos de água-viva", por serem bolinhas incolores: "São as salpas, não são águas-vivas, não são caravelas, são de outro grupo bem diferente, não têm tentáculos e por isso elas não vão queimar."
Salpas são inofensivas. Foto Victor de Mira
Ok! Mas afinal, por que as águas-vivas e caravelas queimam? Laura explica no vídeo abaixo:
Atenção! Não é porque elas parecem uma massa gelatinosa e incolor que não oferecem riscos. O recomendado é que nunca se toque nesses organismos, nem para devolvê-los para água. Laura explica que o encalhe destas espécies é natural. "Quando isso acontece, a maioria delas já está bem deteriorada e se forem devolvidas para o mar a única coisa que vai acontecer é que ela vai continuar causando acidentes para as pessoas. O ideal é que a gente não interfira nesse ciclo."
As águas-vivas aparecem mais no verão?
Não é apenas impressão, elas aparecem mais no verão sim, pelo menos aqui em Santa Catarina. Laura explica que no Sul do Brasil há uma coincidência entre o período que as pessoas mais entram na água e o período de reprodução dessas espécies. "A gente gosta muito de entrar no mar na primavera, no verão, que é justamente quando a gente tem elevação da temperatura da água e é o período em que essas espécies que causam acidentes se reproduzem."
Existe ainda outro fator que pode influenciar na quantidade de águas-vivas na praia. Como essas espécies são empurradas pelas correntes, os ventos podem trazer mais organismos. No litoral de SC isso ocorre com o vento nordeste. "Essas espécies são empurradas para a praia e têm essa grande abundância de espécies mais em águas rasas, que é quando os acidentes acontecem em grande número."
Laura acredita que o aumento de banhistas contribui com o registro de acidentes, mas revela que há pesquisas mundiais em andamento para avaliar outros fatores ambientais.
"A gente está vendo que o oceano tem se degradado, há um aumento da temperatura oceânica e isso favorece a reprodução de muitas espécies. A gente vê também que muitas espécies de predadores das águas-vivas estão em declínio, como tartarugas e peixes. Isso favoreceria o aumento das populações de águas-vivas e caravelas."
E se você sentir uma água-viva ou caravela encostar em você, o que fazer? Veja no vídeo abaixo as orientações:
Qual a diferença entre insolação e intermação e como prevenir?
A professora Vanessa Luiza Tuono, do curso técnico em Enfermagem do Câmpus Florianópolis, explica que insolação é quando há o aumento da temperatura corporal por exposição ao sol. Os principais sintomas são aumento da temperatura corporal, calafrio, vermelhidão na pele, tontura e torpor.
Já a intermação ocorre quando a pessoa fica em locais quentes, abafados, usam uniformes que não permitem a sudorese e a circulação de ar em torno do corpo. Na intermação, além do aumento da temperatura corporal, os sintomas são respiração ofegante e depois fraca, pulso rápido, vasodilatação e aumento do suor e maior pressão arterial.
Nesses dois casos, o corpo reage, tentando se reequilibrar, por meio do suor e aumentando a respiração. A professora Vanessa alerta que, se não tratados, esses sintomas podem virar uma emergência médica. “Elas podem levar ao desmaio e, inclusive, ao óbito, porque descompensam totalmente o sistema de regulação do nosso corpo”, alerta.
Veja no vídeo como agir nesses casos:
O que não se deve fazer em caso de insolação ou intermação?
Consumir sal ou um alimento salgado quando a pessoa está passando mal não é recomendado. “O sal vai desidratar ainda mais a pessoa. Nem em queda de pressão, pois não temos como definir se a pessoa está tendo um aumento ou queda de pressão a olho nu, sem aferir essa pressão”, alerta a professora Vanessa.
A desidratação também é um perigo?
Consumir mais líquidos durante o verão também é importante, principalmente durante a realização de exercícios físicos. Pode parecer algo simples, mas pode levar a pessoa a óbito.
Idosos e crianças são mais vulneráveis?
Deve-se dar mais atenção aos cuidados com idosos e crianças em dias de calor. A professora Vanessa aconselha que essas pessoas consumam mais líquidos que os adultos. “A gente orienta o consumo de 35ml de líquido por quilo de peso ao dia para os adultos. Na criança e no idoso, é necessário aumentar”. Outros tipos de líquidos, como sucos de frutas, também podem ser ofertados.
Além disso, crianças e idosos devem se expor menos ao sol, e apenas nos horários adequados, no início da manhã e no final da tarde. Idosos tendem a desidratar mais rapidamente e têm a pele mais sensível, por isso o maior cuidado com a exposição solar.
Bebês com menos de seis meses não devem ser expostos ao sol e nem usar filtro solar. Crianças pequenas devem usar filtro solar adequado e ficarem mais tempo à sombra, se possível.
Qual o perigo de infecções alimentares na praia?
Com o calor, os alimentos se deterioram mais rapidamente. Assim, é importante evitar alimentos que podem se deteriorar rapidamente, como molhos e maioneses. “O ideal é optar por alimentos leves, como frutas, verduras e saladas. Coisas que possam ser facilmente ingeridas e que estejam bem acondicionadas”, recomenda Vanessa. Avaliar a procedência dos alimentos e lavar as mãos antes do consumo é importante.
As viroses, muito comuns no verão, são resultado de alimentos ou água contaminados. Os principais sintomas são vômitos e diarreias. Em casos persistentes, de mais de 24 horas, deve-se buscar serviços médicos.
Os acometimentos gastrointestinais podem ser por intoxicação ou infecção alimentar. A infecção é menos grave e pode ser eliminada pelo vômito e diarreia. Já a intoxicação é grave e precisa de atendimento médico.
A automedicação não é recomendada. O que pode ser utilizado é o soro caseiro. Confira a receita:
É perigoso consumir bebidas alcoólicas na praia?
A professora Angela alerta que o uso de bebida alcóolica na praia é perigoso, pelos efeitos que o álcool produz. São duas etapas: na primeira, a pessoa sob o efeito do álcool entra em euforia e perde a capacidade de avaliar os riscos, ficando inconsequente. Na segunda fase, a depressão, a pessoa perde os reflexos naturais e a habilidade de lidar com situações arriscadas.
Além disso, não existe dose segura de consumo de álcool. “A gente sabe que no verão as pessoas querem descontrair, mas como existe essa questão da inconsequência e da inaptidão, você pode se tornar vítima de você mesmo”, alerta Angela.
O álcool começa a fazer efeito no organismo de cinco a seis minutos após a ingestão. O pico de absorção é de 30 a 50 minutos e a ação no organismo pode durar de seis a oito horas.
Outro dano causado pelo álcool é o potencial de causar desidratação. Segundo a professora Vanessa, cerveja ou outras bebidas não são hidratantes, pois promovem o trabalho acelerado dos rins. “Não é proibido o consumo de bebidas alcoólicas, mas deve ser feito com moderação, intercalando com a ingesta de outros líquidos não alcoólicos”, alerta.
Também deve-se ter cuidado com bebidas ácidas ou com frutas cítricas, como caipirinhas. Os ácidos podem manchar a pele ou causar queimaduras graves, pois potencializam a ação do calor e do sol. O recomendado é lavar as mãos imediatamente após o preparo dessas bebidas.
A exposição solar também pode causar danos à pele?
Além da desidratação e insolação, a exposição ao sol pode causar danos à pele, tanto em curto prazo, com as queimaduras, quanto a longo prazo, cumulativamente, podendo se tornar um câncer de pele.
Os números de câncer de pele têm aumentado exponencialmente no Brasil. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), os tipos de câncer não melanoma (carcinomas) representam cerca de 180 mil casos por ano no Brasil. Já o tipo de câncer melanoma, mais raro, porém, mais perigoso, atinge em torno de 8,5 mil brasileiros ao ano, ocasionando em torno de 2 mil mortes anuais.
Neste vídeo, a professora Vanessa explica quais danos o sol pode causar à pele e o que pode ser feito como prevenção:
O que fazer em caso de queimaduras na pele?
As queimaduras na pele podem ser de vários graus, e cada uma necessita de um tipo específico de cuidado. Veja como cuidar de cada uma:
Queimadura de 1º grau: a pele fica vermelha. O tratamento pode ser feito com compressas frias, hidratação e cremes calmantes;
Queimadura de 2º e 3º graus: além da vermelhidão, surgem bolhas na pele e, no caso de queimaduras de 3º grau, há o aparecimento de feridas dolorosas. Além das compressas frias e hidratação, pode-se usar cremes calmantes à base de aloe vera ou pomadas com corticoides. Nos casos mais graves, é preciso buscar atendimento médico especializado. “É importante levar para o serviço de saúde para a reidratação, pois em caso de exposição solar, o corpo vai querer se reequilibrar e vai perder muito líquido. Por isso é importante repor esses líquidos e sais minerais”, completa Vanessa.
Em todos os casos, a pessoa não deve se expor ao sol antes de se curar totalmente. Pasta de dente, óleos, clara de ovo e outras soluções caseiras podem agravar os ferimentos. Também não se deve perfurar bolhas ou retirar a pele grudada na região queimada.
O que fazer em caso de picada de animais peçonhentos?
A professora Angela alerta que, no calor, os animais ficam mais ativos e como as pessoas saem mais ao ar livre, no campo, praia ou trilhas, aumentam as chances de picadas de animais venenosos. As serpentes, especificamente, ficam mais ativas à noite, por isso o alerta para quem for fazer caminhadas nesse horário.
Se mesmo assim houver uma picada, deve-se fotografar o animal para facilitar a identificação dele e a utilização do soro específico. Porém, isso só deve ser feito se for em segurança, sem o risco de a pessoa que está fotografando ser picada também.
Após o momento da picada de aranhas ou serpentes, é importante lavar bem o local com água e sabão, para proteger de infecções secundárias causadas por bactérias. No caso de picada de serpente, a vítima deve beber bastante água. Já se for picada de aranha, também é recomendado fazer compressas mornas (em torno de 39ºC) no local para inativar o veneno.
Realizar torniquetes no membro atingido não é recomendável, pois vai deixar o veneno concentrado naquele membro e poderá gerar uma amputação. Sucção no local da picada, pó de café e outras práticas não são recomendadas.
A professora alerta que a providência mais importante é levar a pessoa picada até o atendimento especializado. “É preciso identificar se o animal é de importância médica ou não, porque quando é de importância médica ele pode colocar a vítima em risco de morte. A gente tem a aranha marrom e a armadeira, que no caso são aranhas que têm mais risco”, alerta.
Para quem ligar em caso de emergência?
A professora Angela recomenda ter gravado no celular os principais telefones de emergência: seja o 192, do SAMU, em caso de parada cardiorrespiratória, ou 193, do Corpo de Bombeiros, especializado em resgate.
Outro número importante é o 0800 643 5252, do Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Santa Catarina (CIATox/SC). O CIATox/SC possui equipe especializada de biólogos, farmacêuticos, médicos e outros profissionais que podem auxiliar na identificação dos animais peçonhentos e orientar sobre o que fazer em caso de picadas ou intoxicações em geral.
Você também pode baixar o aplicativo CBMSC Cidadão para Android ou IOS, do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina, com informações importantes para curtir o verão.
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