EVENTOS Data de Publicação: 07 jun 2024 15:32 Data de Atualização: 28 jun 2024 19:43
De 26 a 29 de setembro deste ano ocorre, na Grécia, o First Global Challenge, evento internacional de robótica de estilo olímpico que ocorre em um país diferente a cada ano. Cinco alunos do Câmpus Florianópolis do IFSC estão entre os 23 selecionados para um período de imersão até a data do evento no time brasileiro.
O FIRST Global Challenge é uma competição internacional de robótica educacional que reúne equipes de estudantes de cerca de 190 países para desenvolver soluções para problemas atuais. O objetivo da competição é incentivar os jovens a se interessarem pelas áreas de STEAM (ciência, tecnologia, engenharia, artes e matemática em inglês) e desenvolverem tanto hard skills quanto soft skills para se tornarem grandes líderes no mercado de trabalho.
A delegação brasileira conta com um total de 23 membros de sete estados diferentes (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco e Goiás). Os selecionados estão se reunindo virtualmente e trabalhando as habilidades em programação, robótica, eletrônica e nas outras áreas que tangem o evento. Ao final desse período, a equipe se reúne em Gravataí-RS para um período de imersão e construção do robô que será levado para a competição.
"A organização envia o kit com as peças para a montagem do robô e é com elas que a equipe deve fazer a construção, sem utilizar um parafuso sequer a mais. Isso é bom, pois deixa todas as equipes em igualdade de condições", conta Maria Luiza Silveira da Silva, aluna da quarta fase do técnico integrado em Eletrotécnica do Câmpus Florianópolis. Além dela, foram selecionados os alunos Davi Feitosa da Silva, da quinta fase do curso técnico em Eletrônica; Vinicius Gabriel da Silva, da quarta fase do curso Técnico em Eletrônica; Luigi Barbieri Lazzaretti, da sexta fase do Técnico em Edificações; e Luis Fernando Rosset, aluno do curso superior de Engenharia Mecatrônica, mentor da equipe.
Todo ano, a competição escolhe um tema específico para a temporada. A partir daí, os estudantes devem desenvolver seus robôs para competir no jogo proposto, além de criar um projeto de pesquisa que contextualize o tema da temporada em seu país. Nesse projeto, os estudantes também devem desenvolver tecnologias para solucionar desafios específicos que seu país enfrenta dentro daquele tema. Neste ano, a temporada é denominada “Feeding the Future”, que tem como tema principal as pautas relacionadas à “alimentação do futuro” e como resolver os problemas relacionados à alimentação do presente. Como já citado, os alunos irão desenvolver uma de projeto tecnológico, que busque resolver um problema encontrado no nosso país. Caso o projeto seja aprovado pela competição, ele será executado e montado.
A experiência, certamente, é mais que uma competição. É uma forma de colocar suas habilidades à prova e contribuir para a formação como estudante. "É a minha experiência mais marcante no IFSC. Abre muitas portas e é uma oportunidade de colocar em prática as questões que aprendemos em sala de aula. A robótica é como um laboratório. Além disso, temos a oportunidade de experienciar novas coisas, novas culturas. Hoje mesmo estava organizando uma chamada de vídeo com uma equipe de Botswana, na África. É muito mais que mecânica e programação. É uma experiência que não tem preço", completa a aluna.
A Robótica como ferramenta de transformação
A robótica no Câmpus Florianópolis é tradicional. A equipe Magic Island FRC 5800 existe desde 2015 e já participou de diversas competições nacionais e internacionais da FIRST. O FIRST Global Challenge de 2023 ocorreu em Singapura e, também, contou com a participação de alunos do Câmpus. Como a aluna Luisa Yumi Antunes Kaneko, que atualmente cursa Engenharia Mecânica na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Para ela, a experiência foi "insana", no bom sentido. Ao mesmo tempo em que engrandeceu suas habilidades acadêmicas e profissionais, ela pode, aos 21 anos, exercer a liderança sendo responsável por outros membros da equipe. "O evento em si foi surreal. A quantidade de países e a quantidade de culturas que simplesmente dividiam uma parede fina nos pitts e corredores era muito grande. Por exemplo, na nossa frente estava um time só de meninas do Afeganistão e dava para ver a cultura deles completamente diferente, a gente interagia. Levamos paçoca, fitinhas do Senhor do Bonfim, enfim, coisas para trocar e cada um leva algo do seu país para distribuir. Foi muito legal.", comenta a aluna.
A aluna ressalta como principal essa troca de experiências culturais. Ela conta que já havia o contato com as outras equipes, mas tudo virtual. Chegando no evento, mesmo assim o impacto cultural foi importante. Mas o sentimento de pertencimento também foi presente. "A gente já tinha tido contato, feito ligações, que era parte de um desafio conversar com outras equipes. E quando gente se encontrou foi como se todo mundo já se conhecesse e foi muito legal, foi muito além da competição dos robôs em si. Todo mundo pensa que é uma batalha, né? Mas é uma competição como se fosse de basquete, ou de futebol, onde com cooperação a gente chega lá", complementa.
A estudante conta que a organização faz questão que os participantes interajam entre sim, colocando-os lado a lado por ordem alfabética. Quando há algum problema, ou falta de alguma ferramenta, por exemplo, há a necessidade de interação para completar a tarefa. Também, os participantes são levados a conhecer o local, o país, e explorar os aspectos urbanos do lugar onde está sendo realizada a competição. "Se não fosse a robótica, talvez eu jamais visitaria Singapura. Então foi uma experiência inesquecível para mim que eu recomendo a todos que tiverem a oportunidade que participem também", finaliza.