Câmpus Urupema participa de evento sobre Indicação Geográfica no Espírito Santo

EVENTOS Data de Publicação: 12 set 2024 14:49 Data de Atualização: 13 set 2024 11:17

Nos últimos dias 5 e 6 de setembro, ocorreu no Instituto Federal do Espírito Santo (IFES) o Encontro de Indicação Geográfica com a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. O evento foi realizado no Campus Venda Nova do Imigrante. Na ocasião, foram realizadas capacitações e apresentadas novas técnicas, pesquisas e tendências na área de propriedade industrial. O professor Rogério de Oliveira Anese, do Câmpus Urupema, participou do evento.

O professor Rogério trabalha com o selo de Indicação Geográfica e teve um projeto aprovado no Edital 03/2022, do próprio IFES, chamado Fortalecimento da denominação de origem Maçã Fuji. O edital foi criado com o objetivo de selecionar projetos voltados ao desenvolvimento de Indicações Geográficas (IGs), associados ao ensino, à pesquisa e à extensão, destinados às instituições integrantes da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Rede Federal). A maçã fuji recebeu o selo de Indicação Geográfica em agosto de 2021 e confirma que o fruto cultivado na região de São Joaquim é diferenciado de todos outros produzidos no Brasil, com história e características únicas, agora oficialmente reconhecidas.

O evento foi transmitido no canal do IFES no Youtube. Veja como foi:



O professor Rogério explica que o evento tratou de um encontro de indicações geográficas do Brasil. As indicações geográficas que estavam presentes foram contempladas no referido edital dessa técnica, que visava o fortalecimento das indicações geográficas e o estudo de futuras indicações no Brasil. "Então, o evento teve apresentações das indicações geográficas, teve troca de experiências, teve palestras onde eu e um produtor de maçã, que é de São Joaquim, podemos participar e ver a realidade e o que está dando certo em outras indicações geográficas. Além de trazer bastante ideias para trabalhar com aquelas que nós estamos envolvidos aqui, que são da Maçã Fuji e a dos vinhos de Altitude', comenta o professor.

O professor Rogério pontua que trabalhar o tema é importante também no processo de ensino-aprendizagem. E o melhor: que isso pode servir para que a comunidade externa tenha mais conhecimento sobre o tema e possa investir tempo e recursos nessa modalidade. "O produto que tem indicação geográfica ele deve fazer parte do conteúdo das escolas das crianças, porque aumenta a valorização do produto da região com o passar do tempo. A indicação geográfica a maioria das pessoas não conhece, então trabalhar isso nas escolas de educação básica é bastante importante para que as novas gerações reconheçam os produtos da região, valorizem os produtos, valorizem a região e isso vai ajudar no desenvolvimento", completa o professor.

Ronaldo de Arruda Matos foi o representante da Associação de Produtores de Maçã e Pera de Santa Catarina que esteve presente no evento junto com o professor Rogério. Ele também avalia positivamente ter estado no evento. "Foi muito bom, foi uma experiência incrível, apesar dos probleminhas de logística que a gente teve e de algumas atividades que a gente não conseguiu participar. O que eu trouxe de experiência foi de ter escutado o relato das outras pessoas que estão participando da identificação geográfica. Foi muito importante, porque a gente acaba entendendo mais profundamente o que cada um passa", relata o produtor. 

Evento de Turismo

Em paralelo ao Encontro de Indicações Geográficas ocorria o RuralturEs, na mesma cidade do evento da rede. Os representantes do IFSC Urupema aproveitaram para participar do evento e poder colher informações importantes para o arranjo produtivo local. "Esse evento ocorria na parte do final da tarde e à noite, onde nós também podemos participar. Levamos maçãs e materiais de divulgação do projeto da maçã fuji, da denominação de origem. E podemos então apresentar para os participantes em um estande que era dividido com outras indicações geográficas durante o período do RuralTurEs. Então, podemos perceber também a importância do turismo rural, ajudando a alavancar as indicações geográficas.", comenta o professor.

O professor Rogério destaca que a atuação do turismo junto com a IG ajuda a alavancar os produtos. Tanto o turismo ajuda a alavancar a indicação geográfica, como a indicação geográfica é mais uma possibilidade de aumentar o turismo da região. Para ele, isso ficou bastante claro em algumas IGs durante o evento. "O turismo é bastante forte em volta dos produtos que têm indicação geográfica. Então isso acho que a gente tem que trabalhar bastante aqui na região para potencializar os nossos produtos. Outro ponto que chama a atenção é que em algumas indicações geográficas, a associação que detém a indicação contrata uma pessoa para trabalhar no desenvolvimento dela. Tem uma pessoa específica, que não faz parte do quadro societário, que atua na indicação geográfica para desenvolver ela", destaca o professor. Esse foi um dos pontos que o professor entende ser possível para trazer para a Serra, além de um fortalecimento financeiro da associação local. Só com esse fortalecimento será possível a contratação de profissionais para o seu desenvolvimento.

O produtor Ronaldo também acredita no fortalecimento do turismo como alavanca para os produtos de indicação geográfica. "Eu consegui visualizar um erro, talvez, que nós estamos cometendo aqui. Estamos focados muito na venda da maçã in natura, e na minha opinião hoje eu acho que nós temos que fazer algumas mudanças, como trabalhar mais focados em pequenas propriedades que proporcionem visitas. Nós vimos no evento relatos de turistas que vão a esses lugares e que dão ao produto com IG." comenta Ronaldo. Para ela, o foco deve ser em agricultura familiar, que é uma atividade com uma história pregressa e que tem expertise não apenas na fruta, mas em seus derivados. "Eu voltei realmente convencido de que é isso que nós temos que trabalhar", finaliza.

O que é indicação Geográfica?

Indicação Geográfica (IG) é o nome geográfico que identifica um produto ou serviço como originário de uma área geográfica delimitada, quando determinada qualidade, reputação ou outra características são essencialmente atribuídas a essa origem geográfica. De acordo com a Lei de Propriedade Industrial (Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996), em seu artigo 176, constitui-se IG a Indicação de Procedência (IP) ou a Denominação de Origem (DO). Indicação de Procedência (IP): nome geográfico de país, cidade, região ou localidade de seu território que seja reconhecido como centro de extração, produção ou fabricação de determinado produto ou de prestação de determinado serviço (artigo 177 da Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996). Denominação de Origem (DO): nome geográfico de país, cidade, região ou localidade de seu território que designe produto ou serviço cujas qualidades ou características se devam exclusiva ou essencialmente ao meio geográfico, incluídos fatores naturais e humanos (artigo 178 da Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996).

 

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