Com material sustentável, alunos de Engenharia Civil constroem floreira em escola infantil de Criciúma

ENSINO Data de Publicação: 12 set 2024 15:33 Data de Atualização: 13 set 2024 11:05

Os estudantes de Engenharia Civil do IFSC Câmpus Criciúma voltaram para a escola, mas não é o que você está pensando. Depois de reformular o pátio do Centro de Educação Infantil Municipal Demboski, em 2022, uma nova turma do curso desenvolveu um projeto de melhorias na escola, aplicando ainda um método construtivo sustentável.

Encerrado no começo de setembro, o trabalho foi desenvolvido ao longo do primeiro semestre, nas disciplinas de Tecnologias Construtivas e Mecânica dos Solos, ministradas respectivamente pelos professores Anderson Muller e Lucileia Marcon e Bruno Mariano, dentro do processo de incluir atividades de extensão, junto à comunidade, nas unidades curriculares dos cursos de graduação. Os alunos visitaram a escola para conhecer as demandas da instituição e decidiram trabalhar na revitalização da floreira da escola utilizando blocos de solo-cimento conhecidos como tijolos de adobe.

O tijolo de adobe é produzido a partir de uma mistura de solo cru, fibras e água, moldado e seco em ambiente protegido de intempéries. Esse método construtivo, de baixo impacto ambiental, destaca-se por seu processo simples e de baixo custo, além de utilizar recursos naturais abundantes. No projeto, os alunos do IFSC aprimoraram a composição com a adição de cimento e serragem, aumentando a durabilidade e resistência do tijolo, que ficará em um ambiente externo. No dia 5 de setembro, os alunos fizeram a instalação dos blocos na escola.

“Trabalhar com solo-cimento foi bem interessante. Foi algo que surgiu a partir da conversa com os professores, com pesquisa, para vermos qual seria a melhor forma de atender a demanda da escola. E foi algo que fez a gente perceber que dá para fugir da caixinha, dá para usar materiais diferentes que vão atender a necessidade, que vão conferir resistência mecânica, que vão atender o objetivo, no caso da escola, para a confecção de uma floreira, de uma forma diferente”, afirma o aluno Breno Rabelo Jackecheski, que participou da atividade.  

“Além disso, há a questão da sustentabilidade e da economia, porque vai menos cimento no processo, a gente não precisa fazer a queima de madeira para passar pelo processo de secagem como os tijolos de cerâmica normal, então são processos que são minimizados no uso do solo-cimento, que é mais econômico e sustentável, e no fim atendeu a necessidade da escola parceira”, complementa o aluno.

Além da eficácia do material, o trabalho também teve impacto na comunidade e na própria formação dos estudantes. Para o professor Anderson Muller, da disciplina de Tecnologias Construtivas, vincular uma unidade curricular a uma atividade de extensão junto à comunidade é uma forma de trazer uma dimensão humana e social para a formação dos futuros engenheiros civis.

“Estamos falando de um curso de Engenharia, que tende a ser mais duro, e muitas vezes se perde essa relação mais humana, esse senso de sociedade durante o processo de formação do aluno. Acredito que a extensão curricularizada, esse tipo de atividade, colabora para a formação mais humana. Inclusive, fica evidente a sensação de satisfação dos alunos, de conseguir fazer algo pela sociedade, juntar o que eles estão aprendendo com uma entrega para a comunidade”, afirma.

Apesar do intenso trabalho, Breno concorda: “Fomos até a escola, fizemos projeto, levantamento, medição, estudos, levantando a quantidade de materiais necessários, preparamos os tijolos, moldamos, fizemos os testes, analisamos resistência e depois conseguimos ir na escola devolver para eles o resultado final de todo esse processo. Então, ver as crianças, porque uma professora levou uma turminha para ver o resultado, foi gratificante. Os professores falaram que vão explicar a importância de elementos sustentáveis. São pequenas sementinhas que já estamos plantando na vida delas, porque lá na frente talvez tenha um impacto na sociedade um pouco maior”, conclui.

ENSINO EXTENSÃO CÂMPUS CRICIÚMA