EXTENSÃO Data de Publicação: 14 jul 2025 16:41 Data de Atualização: 01 ago 2025 10:15
No último dia (5) o Curso Técnico em Agrimensura do Câmpus Florianópolis do IFSC realizou nova expedição geodésica ao Parque Estadual da Serra do Tabuleiro (PAEST). Após determinar, em 2018, de modo inédito a altitude normal da montanha mais famosa do litoral da Grande Florianópolis, o desafio agora foi ainda maior e em dose dupla, já que duas elevações disputavam, visualmente, o título de ponto culminante da maior Unidade de Conservação (UC) estadual de Santa Catarina.
A expedição, composta pelo professor Markus Hasenack e pelo técnico em Agrimensura Rodrigo Dalmolin (egresso do IFSC), contou novamente com a ajuda indispensável dos mateiros Acácio Ouriques Junior e Rodrigo Rosa Conti para conseguir o feito inédito, além da participação do guia e montanhista Bruno Augusto Buratto: a determinação da altitude normal dos chamados picos oeste e leste do Morro do Massiambu.
Os preparativos para a nova expedição iniciaram em 2024 com a revisão bibliográfica, expedições preparatórias e o pedido de autorização junto ao Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA), órgão responsável pelo PAEST, onde se encontram ambos os picos na Serra do Cambirela. Superadas tais etapas, dia 05 de junho antes do amanhecer a expedição partiu rumo ao pico ‘oeste’, alcançando o mesmo antes do meio-dia. Já às 13:00 era alcançado, finalmente, o pico ‘leste’, que aparece na carta Paulo Lopes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) como cume do Morro do Massiambu.
Informação rápida e confiável em tempo real
O solo úmido, associado às condições naturais do terreno, fizeram com que o acesso aos locais da expedição levasse mais tempo que o previsto, reafirmando o acerto pela opção do uso da tecnologia de correção em tempo real estendida no rastreio por sistemas de navegação global por satélites (GNSS) utilizado em ambos levantamentos.
Para determinação das altitudes, a expedição empregou um receptor GNSS Trimble DA-2 Geo com tecnologia RTX, o qual permite o posicionamento por satélites do tipo absoluto com alta precisão em tempo real (tecnicamente denominado PPP-RT). O equipamento foi doado ao IFSC no ano passado pela empresa Santiago & Cintra e tem sido utilizado na formação de técnicos em agrimensura e geoprocessamento, além de projetos de extensão e pesquisa, e agora na atual expedição geodésica.
Os resultados
A expedição geodésica do Curso Técnico em Agrimensura chegou ao valor de 1300,063 m, com precisão de 8,1 cm, para o chamado pico ‘oeste’, cotado até então com 1275 m na mesma carta Paulo Lopes do IBGE. Na mesma carta, o pico ‘leste’, o cume do Morro do Massiambu, aparece com 1256 m sendo o resultado obtido em campo para tal ponto de 1283,844 m, com 8,9 cm de precisão.
Ao final de 30 quilômetros de caminhada e cujo desnível total dos trechos de subida e descida superou a casa de 2000 m a resposta da dúvida sobre o ponto mais elevado da maior UC do tipo de proteção integral de Santa Catarina revelou também, de modo inédito, a altitude normal dos pontos culminantes de três municípios catarinenses: Santo Amaro da Imperatriz e Paulo Lopes, cuja divisa passa pelo cume do pico ‘oeste’, e Palhoça, localizado no topo do Morro do Massiambu e não no Morro do Cambirela como muitos pensam.
Por fim, a expedição retornou ao ponto de partida após às 23h com já com a informação, também inédita, que o pico ‘oeste’ apresenta o único ponto em toda o PAEST a alcançar a altitude normal de 1300 m.