EXTENSÃO Data de Publicação: 15 jul 2024 16:11 Data de Atualização: 19 jul 2024 10:22
Da pesquisa com antigos moradores sobre a história do bairro e do sistema de saúde à apresentação para a nova geração, o projeto de extensão História Viva é a porta de entrada dos calouros do curso de bacharelado em Enfermagem do Câmpus Joinville para a vivência prática da saúde em comunidade. O encerramento das atividades deste semestre aconteceu no dia 4 de julho, com apresentação dos resultados aos alunos de 8º e 9º anos da Escola Municipal Professora Zulma do Rosário Miranda, do Bairro Costa e Silva.
O projeto faz parte da curricularização da extensão, presente no curso desde o ingresso da primeira turma, no segundo semestre de 2019. “Para serem bons profissionais, enfermeiros precisam conhecer a comunidade em que vão atuar e os aspectos históricos que envolvem seus moradores, o território e o próprio sistema de saúde”, enfatiza professora Dayane Clock Luiz, coordenadora do projeto.
Neste semestre, os estudantes do primeiro módulo do bacharelado tiveram como base a unidade básica de saúde da família (UBSF) Willy Schossland, vizinha ao Câmpus Joinville, no Bairro Costa e Silva. Foi onde fizeram o levantamento dos equipamentos e serviços de saúde do bairro, das entidades e associações comunitárias e culturais e do perfil dos moradores.
“Como nossos alunos nasceram já na era SUS, eles buscam moradores antigos para conhecer a história da saúde no Brasil antes da instituição do Sistema Único de Saúde, em 1990. É uma forma de ver na prática o que aprendem na teoria, na disciplina de Introdução à Enfermagem”, explica a professora Dayane.
A partir deste contato com moradores, associações e igrejas, os alunos dividiram a pesquisa em cinco temas para apresentação: história, cultura, meio ambiente, infraestrutura e saúde e cuidado. “Como profissionais, precisamos saber das necessidades da comunidade, sua origem, as relações entre os grupos e o perfil dos moradores para entender como trabalhar”, destaca a estudante de Enfermagem Keila Teichert.
A colega Julia Isabely Oliveira Machado destaca ainda a importância de repassar estas informações para crianças e jovens, tanto da parte histórica quanto da realidade atual. “Além de mantermos a história realmente viva, estamos colocando em prática o cuidado através da informação”, registra Julia.
Aos 14 anos, o aluno Ronan Dexter Espíndola, do 9º ano da Escola Zulma do Rosário Miranda, é muito envolvido com o bairro e com a escola, tanto que representou a escola como vereador mirim no primeiro semestre. Mesmo assim, ele ficou surpreso com o que aprendeu na apresentação do projeto História Viva, que teve explanações, exposição, demonstrações práticas e até um quiz para testar os conhecimentos, com direito a prêmios.
“Aprendi muito sobre fatos da história do bairro que não conhecia, como a mudança do nome de Vila Comasa para Costa e Silva, por conta da visita do então presidente a Joinville. E, das atualidades, descobri que nosso bairro é o segundo em casos de dengue e dei mais valor aos cuidados que devemos ter”, conta Ronan. Ele também disse que já conhecia o IFSC, mas que não tinha noção da estrutura da escola e da quantidade de cursos e projetos.
“A história precisa ser conhecida, pois é o conhecimento que dá aos moradores o sentimento de pertencimento ao lugar”, ressaltam as estudantes de Enfermagem, felizes com a avaliação dos alunos da escola parceira.