ENSINO Data de Publicação: 20 set 2022 12:19 Data de Atualização: 23 set 2022 11:56
Inaugurado em 2018, o Laboratório de Tecnologia Assistiva (LABTA) do Câmpus Araranguá tem se tornando uma referência em Atendimento Educacional Especializado, não apenas dentro da instituição como para as escolas do extremo sul catarinense. Além de pesquisas sobre educação inclusiva e desenvolvimento de recursos para auxiliar estudantes que são público-alvo da educação especial, o laboratório também se tornou um propulsor do atendimento especializado no IFSC e referência para escolas da região.
Celebrado nesta quarta, 21 de setembro, o Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência é comemorado por movimentos da sociedade civil desde 1982 no Brasil, mas foi oficializado em 2005, com a promulgação o Estatuto da Pessoa com Deficiência. A data foi escolhida por ser também Dia da Árvore e estar próxima do começo da primavera, representando a renovação da luta das pessoas com deficiência. O Câmpus Araranguá está promovendo ações voltadas à reflexão sobre a inclusão das pessoas com deficiência e sobre acessibilidade na educação.
Tecnologias Assistivas não são apenas equipamentos e acessórios: são metodologias de ensino, práticas, serviços e recursos que promovem a inclusão, a autonomia e a independência de pessoas com deficiência. O LABTA do Câmpus Araranguá uma ação do Grupo de Pesquisa e Estudos em Acessibilidade e Tecnologia Assistiva (GPEATA), que em 2016 aprovou um projeto junto à Federação de Amparo à Pesquisa e Inovação de Santa Catarina (Fapesc). O laboratório foi inaugurado em 2018 e contribuiu para gerar, na instituição, todo um movimento em torno do Atendimento Educacional Especializado.
“No ano de 2016, conseguimos aprovar um projeto junto à Fapesc e então começou todo o trabalho. Inauguramos o espaço em 2018. Junto com o LABTA, se criou na instituição todo um movimento, inclusive na contratação de professores de educação especial, e hoje é um espaço de Atendimento Educacional Especializado. Inicialmente, foi pensado como um laboratório de pesquisa, mas com todo o movimento ocorrido dentro da instituição, que trouxe o AEE para dentro do IFSC, de fato é um espaço também de atendimento educacional especializado”, afirma o servidor Bruno José de Souza, um dos responsáveis pela elaboração do projeto que deu início do LABTA.
Hoje o laboratório é coordenado pela professora Josiane Eugênio, pedagoga com habilitação em educação especial, mestre e doutoranda em Educação. Espaço de pesquisa e formação, o LABTA é uma referência para servidores e estudantes que são público-alvo da Educação Especial e frequentam o laboratório no contraturno escolar. De acordo com Josiane, hoje são sete estudantes matriculados no Câmpus que participam do atendimento.
“Este serviço é fundamental para orientação aos professores e famílias sobre os recursos pedagógicos e de acessibilidade que são ou que necessitam ser utilizados pelo aluno. Além de ensinar e usar recursos de Tecnologia Assistiva, o serviço de Atendimento Educacional Especializado estabelece articulação com os professores da sala de aula comum, visando a disponibilização dos serviços, dos recursos pedagógicos e de acessibilidade e das estratégias que promovem a participação dos alunos nas atividades escolares contribuindo para a promoção da inclusão escolar”, explica Josiane.
Entre os recursos de Tecnologia Assistiva, o LABTA conta com tecnologias da informação e comunicação, comunicação alternativa e aumentativa, informática acessível, soroban (instrumento de cálculo manual), recursos ópticos e não ópticos, softwares específicos, códigos e linguagens, atividades de orientação e mobilidade, entre outros. O laboratório também conta com equipamentos como andador, poltrona adaptada, mesa inclinável, mouses e outros recursos.
Além do atendimento especializado aos alunos, o Labta também é um espaço de produção de pesquisa sobre serviços e recursos e também de realização de projetos de extensão em parceria com a comunidade externa.
“Por vezes, nos atendimentos também são desenvolvidos e testados recursos e materiais de Tecnologia Assistiva elaborados por pesquisadores orientados pela docente de Educação Especial, professores e os próprios discentes em projetos integradores, para atender demandas dos estudantes atendidos”, explica Josiane. “O LABTA também busca ofertar formação continuada e serviços de orientação para a utilização das tecnologias aos docentes da rede pública de ensino, instituições especializadas e secretarias de educação e pessoas da comunidade interessadas na temática”, complementa.
Atualmente, o Labta desenvolve um projeto de pesquisa para a produção e divulgação de conhecimentos em Tecnologia Assistiva, além de um documentário sobre educação especial na perspectiva da educação inclusiva no Câmpus. Também acompanha um projeto integrador, no curso técnico integrado em Eletromecânica, que vai desenvolver um recurso para uso de um estudante. Também há ações de extensão sendo discutidas com uma escola de Sombrio, a fim de desenvolver um recurso para um estudante que necessita de um teclado adaptado, e com os núcleos de altas habilidades e superdotação de escolas estaduais de Araranguá e Turvo. Além disso, o Labta atua com a formação dos servidores do próprio IFSC e disponibiliza ou elabora recursos de TA para serem usados no Câmpus.
“O laboratório proporciona a integração entre pesquisadores e alunos para pensar e elaborar recursos, produtos e serviços para os estudantes da Educação Especial, que são oferecidos para pensar a qualidade educacional para todos os envolvidos, em especial dos alunos que precisam dos recursos de TA para sua inclusão escolar. Além disso, é um espaço de formação contínua e de referência para a instituição e para a comunidade, uma vez que pode fornecer informações mais efetivas sobre o tema para contribuir na educação inclusiva a todos os profissionais que vão desenvolver tecnologias para assistir pessoas com deficiência e o público-alvo da educação especial”, conclui Josiane.