ENSINO Data de Publicação: 17 jul 2025 13:58 Data de Atualização: 18 jul 2025 10:52
Experimentar a escrita literária a partir de uma mobilização sensível e estética proporcionada pela obra da escritora Eliana Alves Cruz foi o objetivo da oficina de Escrita Literária com base no livro “Solitária”, com a turma do 8º módulo do curso técnico integrado em Eletroeletrônica do Câmpus Joinville. O resultado: poesias conectadas com as personagens e inspiradas nas reflexões do enredo.
O livro faz parte da lista de obras do Vestibular Unificado UFSC/IFSC/IFC 2026 e inspirou o trabalho realizado pelo professor Samuel Ivan Kühn, ao longo do primeiro semestre letivo. Tudo começou com a leitura integral da obra, em dez aulas, por meio de leitura em voz alta, dinâmicas de leitura compartilhada, registros escritos, capítulos gravados em áudio e enviados via grupo de WhatsApp e capítulos enviados para leitura em momentos extraclasse.
Após análise e discussão do texto escolhido, com o objetivo de entender seus elementos narrativos, estilo e personagens, foram mais quatro aulas de exercícios práticos de escrita, para chegar às poesias finais. Os alunos também fizeram composições fotográficas como parte da criação poética.
As poesias foram postadas no Instagram do Câmpus Joinville. "Tem uns escritos bem sensíveis. Quem leu o livro vai perceber as conexões", comenta professor Samuel.
Solitária
Publicado em 2022, o livro de Eliana Alves Cruz faz parte da lista de obras do Vestibular Unificado UFSC/IFSC/IFC pelo segundo ano consecutivo. "Solitária” conta a história de duas mulheres negras, Mabel e Eunice, mãe e filha, que moram no trabalho, um condomínio de luxo. Eunice, a mãe, é testemunha-chave de um crime chocante ocorrido na casa dos patrões. Mabel, a filha, constrói o caminho que leva não apenas à elucidação deste crime, mas a uma mudança radical na vida das pessoas que cercam as protagonistas.
Segundo resenha publicada pela UFSC sobre a importância da leitura da obra, “o livro é um convite para discutir o racismo estrutural ao recorrer à reprodução do modelo escravocrata colonial em um contexto capitalista, tão presente na arquitetura de apartamentos da classe média e alta brasileiras, o quartinho da empregada, e na configuração do trabalho doméstico, em sua maioria exercido por mulheres negras e de baixa renda”.