Segunda edição do Torneio de Robótica PodeCrer reúne 17 equipes no Câmpus Florianópolis

EVENTOS Data de Publicação: 09 jul 2025 17:26 Data de Atualização: 21 jul 2025 09:56

Nesta segunda-feira (7), o Câmpus Florianópolis do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) foi palco da segunda edição do Torneio de Robótica PodeCrer, iniciativa promovida em parceria com o Instituto Padre Vilson Groh e a equipe de robótica FRC5800 Magic Island Robotics. Com foco na sustentabilidade e no protagonismo juvenil, o evento reuniu mais de 160 adolescentes e jovens de comunidades da Grande Florianópolis para vivenciar a robótica como ferramenta de transformação social.

O torneio teve como tema “R3volution – Robótica e Inovação para Cidades Sustentáveis”, e desafiou os participantes a pensarem soluções para problemas reais a partir da aplicação dos três R's da sustentabilidade: reduzir, reutilizar e reciclar. A proposta envolveu não apenas a criação de robôs, mas também campanhas de marketing, desenvolvimento de projetos de inovação e dinâmicas de trabalho em equipe, que foram avaliados em igual peso na composição final da pontuação. O ambiente da arena simulava um espaço urbano com elementos do território do Maciço do Morro da Cruz, comunidade que inspirou a identidade visual e os desafios gráficos do tapete de competição, valorizando o patrimônio local como símbolo de resistência e cultura.

Veja matéria em vídeo:



Segundo Carolina Martins Pedro, estudante do IFSC e uma das articuladoras do evento, “essa é a segunda edição do torneio de robótica, que é uma parceria entre o programa PodeCrer, do Instituto Padre Vilson Groh, e a equipe de robótica aqui do IFSC, a equipe 5800. E pelo segundo ano consecutivo, a gente trouxe a robótica como uma proposta de ser algo muito além de construir e programar um robô, mas que seja uma ferramenta para eles resolverem e pensarem em programas sociais.”

Ela destaca que o tema deste ano é a sustentabilidade, com foco no território do Maciço do Morro da Cruz, de onde vêm muitos dos jovens participantes. “Foi um desafio muito legal, integrar essa proposta da robótica, não só com a parte técnica de programação, de engenharia, mas também com a parte social. Então, como que dentro das oficinas de audiovisual, por exemplo, eles podem pensar em produtos, pensar em como eles podem introduzir vídeos, propagandas, para divulgar coisas voltadas à área socioambiental.”

As equipes são formadas por estudantes do programa PodeCrer e das escolas Maristas Sociais da Grande Florianópolis: “são alunos que fazem parte do programa PodeCrer, que é um programa de contraturno escolar, onde duas vezes por semana os alunos têm oficinas voltadas para a área de introdução à tecnologia e imersão no mercado de trabalho.”

Sobre a evolução do evento, Carolina relata: “A primeira edição aconteceu ano passado, na mesma data, em julho. Ela contou com  oito equipes, mais ou menos. Esse ano a gente está com 17 equipes e participantes de outras escolas também. Duplicou.”

Para além da competição técnica, o evento também promoveu uma feira de inovação com exposição de projetos desenvolvidos no IFSC e em instituições parceiras. Grupos como o IFSC LabDrones, IFSC Mecatrônica, Cerberus Robótica, SESI/SENAI Unimate, FGC Team Brazil e a própria equipe Magic Island Robotics participaram da mostra, que teve como objetivo apresentar possibilidades dentro da educação STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática). Oficinas e demonstrações interativas permitiram que os visitantes conhecessem de perto tecnologias aplicadas e caminhos possíveis dentro das áreas da robótica e da engenharia.

Toda a preparação do torneio envolveu cerca de 80 horas de atividades, desde mentorias semanais até o desenvolvimento dos protótipos, passando pelo desenho técnico do tapete e pela formação das equipes. Alunos e alunas do IFSC atuaram como mentores e avaliadores, promovendo uma troca de saberes entre estudantes de diferentes realidades, com apoio técnico e acolhimento pedagógico. O evento reafirma o compromisso do IFSC com a inclusão, a extensão e a educação de qualidade, conectando ensino, pesquisa e transformação social.

O torneio realizado hoje é um exemplo concreto de como a robótica, quando aliada ao engajamento comunitário e ao ensino público, pode abrir portas, criar pontes e inspirar trajetórias de futuro para as juventudes periféricas. Mais do que uma competição, o evento é um espaço de aprendizado, pertencimento e transformação social.
 

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