INSTITUCIONAL Data de Publicação: 18 ago 2025 09:40 Data de Atualização: 18 ago 2025 09:45
Nos dias 12 e 13 de agosto, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis, sediou o I Seminário Estadual Mulheres na Gestão das Instituições Públicas de Ensino Superior de Santa Catarina. Promovido em parceria pelo Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), Instituto Federal Catarinense (IFC), Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) e a própria UFSC, o evento gratuito e aberto ao público reuniu gestoras, pesquisadoras e estudantes para discutir os desafios e avanços das mulheres em cargos de liderança no ambiente acadêmico.
A programação contou com rodas de conversa, apresentações culturais e palestra. No primeiro dia, houve a abertura oficial, uma roda de apresentação das gestoras e, à noite, a conferência “Direitos Humanos e Cidadania nas Instituições Públicas”, ministrada pela ministra Macaé Evaristo. Ela fez um convite especial às jovens catarinenses: “Para ampliar a presença das mulheres no Legislativo, no Executivo e no Judiciário, é preciso que a gente participe. Então, aproveitem esses espaços, participem de formações de lideranças, porque contamos com vocês para fazer um país cada vez mais forte e com presença de mulheres onde elas quiserem”, afirmou.
Representando o IFSC, a Diretora Executiva Ana Paula Kuczmynda da Silveira destacou a força e a representatividade do encontro. “O que mais me marcou nesse evento foi a potência dele. Nós somos muitas mulheres em cargos de gestão, muito mais do que fomos no passado, mas muito menos do que desejaríamos que fosse. Tínhamos mulheres de todas as instituições públicas de Santa Catarina, com histórias e desafios muito semelhantes”, disse.
Ana Paula também reforçou que, apesar dos avanços, ainda existem barreiras significativas. “Muitas vezes, a mulher em cargo de gestão é masculinizada ou alvo de descrédito, como se tivesse menos capacidade técnica ou de articulação. Enfrentamos microviolências cotidianas, que vão do assédio ao isolamento, além de julgamentos estéticos, cobranças familiares e jornadas duplas ou triplas. Isso se soma aos nossos próprios questionamentos internos, que, por vezes, nos fazem pensar em desistir”, relatou.
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E também deixou uma mensagem às jovens mulheres: “Não desistam. Vamos ter momentos difíceis, nossa sociedade ainda é estruturada sobre um olhar machista, mas há muito a ser feito. Unam-se com outras mulheres, participem de redes de apoio e exercitem a liderança desde cedo, seja no Grêmio Estudantil, na Atlética, em grupos de trabalho ou comissões. Liderança se constrói com experiência, com estudo e com implicação social. Não deixem de sonhar, mas façam desse sonho um sonhar ativo, de quem vai à luta e constrói seu próprio caminho de forma segura e implicada com o outro”.
Mais do que um espaço de debate, o seminário reforçou a urgência de ampliar a representatividade feminina em todos os níveis de decisão. As falas e trocas realizadas nesses dois dias mostraram que a presença das mulheres na gestão não é apenas uma questão de igualdade, mas de transformação social e que fortalecer essa presença é garantir um futuro mais diverso, inclusivo e democrático para o ensino superior e para o país.