BLOG DOS INTERCAMBISTAS Data de Publicação: 03 jun 2025 01:56 Data de Atualização: 05 jun 2025 13:53
Victor Evandro de Lima Guerra, aluno do Câmpus São José, e outros colegas participantes do Propicie em Portugal.
Desenvolvimento durante o projeto do Victor Evandro de Lima Guerra, participante do Propicie em Portugal.
Foto de ponto turístico captada por Victor Evandro de Lima Guerra, participante do Propicie em Portugal.
Foto de ponto turístico captada por Victor Evandro de Lima Guerra, participante do Propicie em Portugal.
Foto de ponto turístico captada por Victor Evandro de Lima Guerra, participante do Propicie em Portugal.
Viver em outro país, mesmo que apenas por alguns meses, já muda muito o ritmo de vida e rotina de uma pessoa. E é justamente sobre essa nova rotina de intercâmbio que o Victor Evandro de Lima Guerra, estudante do curso do bacharelado em Engenharia de Telecomunicações do Câmpus São José, contou para nós no seu relato sobre a experiência de participar do Propicie, o programa de intercâmbio do IFSC, no Instituto Politécnico de Beja (IPBeja).
Durante este semestre, o Victor e outros alunos do IFSC estão em Portugal, fazendo parte de projetos de pesquisa em instituições de ensino estrangeiras. Em seus relatos, tanto de vídeo quanto por escrito, Victor fala um pouco sobre o seu dia a dia e suas impressões sobre essa experiência.
Veja abaixo os relatos do Victor em vídeo (clique na imagem abaixo) e em texto:
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Estamos em Portugal, em uma cidade chamada BEJA, então acaba que a questão da língua é muito tranquila, mesmo que tenham algumas palavras que não somos acostumados a ouvir, ainda assim é muito tranquilo.
Mesmo sendo em Portugal, a faculdade onde estamos recebe muitos alunos da Europa toda, como Alemanha, Bélgica, Espanha, Eslováquia, entre outros. Para nos comunicarmos com esses alunos é quase sempre em inglês, o que eu acho muito bom e legal, pois eu nunca tive essa experiência de ter apenas o inglês para conversar para que uma pessoa pudesse me entender, e acho que isso é algo muito bom para treinar.
Uma situação engraçada que passei, junto com minha amiga e colega de projeto, a Ana, foi que nosso professor orientador sempre que nos cumprimenta fala “boas tardes” ou “bons dias”, e nós ficamos na dúvida se é assim que eles falam aqui ou se é por sermos duas pessoas. Ficamos uma semana nos perguntando isso até irmos perguntar para ele para tirar a dúvida kkkkkkk.
Como viemos em um grupo de 5 pelo IFSC, a questão da amizade foi algo mais tranquilo, pois já havíamos criado um grupo no WhatsApp para irmos nos conhecendo um pouco melhor e falar sobre a viagem. Já criamos um laço de amizade desde então, que está se fortificando cada vez mais nesse intercâmbio, pois nós fazemos muitas coisas juntos, conversamos todos os dias, então está sendo muito legal.
Mas além do pessoal que veio junto, também conheci intercambistas de outros lugares do mundo que são muito legais. Pude aprender muito sobre costumes e tradições de lugares diferentes e também contar um pouco sobre as do Brasil.
Achei muito interessante que aqui eles sempre comem sopa como uma certa “entrada” da comida. Por exemplo, sempre que almoçamos no refeitório da instituição, eles servem o prato do dia junto a uma sopa e um pão, e isso eu achei muito legal e interessante.
Na instituição, uma coisa que eu achei muito interessante e diferente do Brasil foi como funciona os horários e etc. Na primeira reunião com nosso professor, fizemos um plano de trabalho para o projeto e perguntamos sobre os horários, como deveríamos fazer e tal. Ele nos informou que acreditava não ser necessário pôr horários para estar lá, tirando as reuniões semanais que fazemos com ele. Então nós fazemos nosso horário e apresentamos nossos avanços em cada reunião, e eu achei isso muito legal, pois mostra que eles realmente confiam bastante na gente e nos dão essa liberdade.
Em todos os encontros que tivemos com o professor em ao projeto ele foi muito atencioso e bem claro em todos os momentos, especificando bem quais eram nossas metas e sempre mostrou que estava aberto a qualquer dúvida ou sugestão que nós tivéssemos para dar, o que eu achei muito bom. Nosso professor é uma pessoa muito tranquila, gente boa e carismática, que conversa sempre e não só do projeto, mas também nos dá dicas de locais para conhecer e sobre outros assuntos para descontrairmos um pouco. Me sinto muito à vontade para tirar qualquer dúvida que tenha sobre qualquer coisa com ele.
Eu tenho uma paixão muito grande pela área de desenvolvimento, e foi um dos principais motivos para eu me inscrever para o projeto. Chegando aqui, estou cada vez mais gostando da área. Estou tendo contato com tecnologias que não sabia que eram tão acessíveis e estou aprendendo a dominá-las de uma forma que creio que irá fazer toda a diferença em meu currículo futuramente. Minhas expectativas estão sendo superadas. Eu vim para cá sabendo que eu iria aprender muita coisa e fazer várias coisas boas para minha formação, mas estou aprendendo e tendo contato com coisas muito maiores do que imaginei.
Como experiência pessoal, creio que irei levar comigo para sempre as culturas que estou aprendendo, a evolução do meu inglês e, sem dúvida, a experiência de estar em outro país.
Estou morando em uma casa alugada a cerca de 12 minutos andando do instituto. Consegui essa casa ainda no Brasil, pesquisando bastante e, por acaso, quem me alugou foi uma professora do IPBeja.
Minha rotina durante a semana é acordar por volta das 08:00, tomar um bom café da manhã e ir para a faculdade, onde fico normalmente até às 18:00. Depois eu volto para casa, tomo banho, janto, vejo uma série ou algo do tipo e vou dormir. Alguns dias outros intercambistas se reúnem para um happy hour e me reúno com eles também, para conversarmos e nos divertimos um pouco.
Em questão de comida, como estamos cozinhando em casa na maioria das vezes, creio que ficou mais tranquilo, mas é inegável que a comida daqui tem menos tempero. Em relação às comidas típicas, o que eu mais gostei foi o pastel de nata que, para mim, foi a melhor experiência gastronômica do local até agora.
Depois do período de inscrição do Propicie, quando saiu o resultado, eu não havia conseguido a bolsa, o que acabaria impossibilitando que eu pudesse fazer o intercâmbio. Eu só contei para a minha família que havia me inscrito quando saiu o resultado, e minha mãe, no mesmo dia ainda, falou para mim “você vai ir!”. Eu acabei ficando abalado pelo resultado, mas já estava pensando em me inscrever para o próximo. Menos de uma semana depois do resultado da primeira chamada sair eu recebi um email informando que havia sido disponibilizada uma verba extra e que, como eu estava em lista de espera e era o próximo da lista, eu seria contemplado com a bolsa. Nesse momento eu fiquei em choque, mas com certeza foi um dos momentos mais felizes da minha vida. Na mesma hora liguei para minha mãe e ela ficou mais feliz que eu com a notícia kkkkkkk.
Essa foi a minha primeira viagem para fora do Brasil, porém não foi a primeira vez que andei de avião. Sobre a saudade, eu estou lidando bem com isso, creio que por falar com meus amigos mais próximos e família todos os dias. Mas é claro que a saudade sempre fica no peito. Na minha visão, acho que ter pessoas comigo aqui, pelo menos para mim, acaba suavizando um pouco também.
Uma dica para quem quer fazer intercâmbio: apenas façam! Sem medo de ter saudade, sem medo de estar longe, FAÇAM. E se estiver com medo de algo, vai com medo mesmo, pois é uma experiência única na sua vida, uma experiência que não apenas te agrega no currículo, é para seu desenvolvimento como pessoa, para conhecer novas pessoas, novas culturas, outros países, e com o bônus de estar aprendendo com tudo isso.