Alunos dos Câmpus Lages e Urupema realizam visita técnica em cervejaria da Serra

ENSINO Data de Publicação: 09 ago 2024 15:39 Data de Atualização: 09 ago 2024 15:44

Nesta terça-feira (6), alunos dos cursos de Engenharia Química e do técnico em Biotecnologia dos Câmpus Lages, e do curso de Engenharia de Alimentos do Câmpus Urupema realizaram visita técnica em uma cervejaria da região da Serra Catarinense. A atividade foi comandada pelas professoras Leilane Costa de Conto, Giliani Sartori e Taiana Maria Deboni.

"A atividade da visita técnica, na verdade, fazia parte do planejamento da disciplinas de Atividade de Extensão II, do curso superior de Engenharia Química, onde estava sendo abordado processos fermentativos com a turma, e Tecnologia de Fermentações do técnico em Biotecnologia, que também são abordados processos fermentativos. Então, a gente programou uma visita para acompanhar os processos de processamento de cervejas, para eles verem como é realmente em uma microcervejaria, onde eles poderiam atuar no mercado de trabalho realmente, dentro da cervejaria", conta a professora Leilane.

A cervejaria escolhida foi a Serra Forte, localizada em Lages, especializada em cervejas artesanais. Lá, os alunos puderam acompanhar toda a parte da utilização de insumos que são necessários para a produção cervejeira. "Também, eles acompanharam toda a parte do processo de produção, todas as etapas. Os alunos da Engenharia Química, acompanhados pela professora de Operações Unitárias, a Taiana, puderam ter um enfoque nos equipamentos e demais rotinas. Teve bastante discussão nessa parte, de como os equipamentos influenciam na produção. Eles conseguiram fazer algumas associações bem interessantes", destaca a professora Leilane.

Do curso de Engenharia de Alimentos, a professora Giliani Sartori, da disciplina de Tecnologia de Bebidas, acompanhou a atividade. Ela explica que a visita foi completa, acompanhando todo o processo de produção de uma bebida, como a cerveja. "Foi acompanhada desde a parte da recepção da matéria-prima até a parte de envase, fizeram análise sensorial, eles puderam degustar, viram toda a parte da recepção da matéria. Todos os equipamentos, toda a parte do processo", complementa a professora Giliani. Segundo a professora, a cervejaria já foi premiada em concursos e que esse fato agrega não só para os alunos que participaram da visita, mas o retorno disso à turma e aos conhecimentos seguintes. "É uma escala diferente daquela que a gente trabalha em laboratório também, o equipamento é diferente, tem uma automação, tem uma eficiência diferente, então se consegue ter essa visão industrial que a gente não consegue dar em laboratório em aula prática", complementa.

Outro ponto que a professora destaca foi a possibilidade de interação dos alunos com um ex-aluno. Foi importante para mostrar a eles na prática que o curso pode dar-lhes um futuro na profissão. Luiz Donizete de Andrade Pinto foi aluno do Técnico em Agroindústria e depois do Superior de Tecnologia em Alimentos. Hoje ele trabalha na Cervejaria Serra Forte. "Ela era um aluno muito tímido, com vergonha de apresentar trabalhos, e hoje ele é mestre cervejeiro da empresa. Ele entrou ali para fazer o estágio final da graduação, começou com bem básico, na parte de controle de qualidade, foi contratado para trabalhar e hoje ele é o mestre e dá consultoria pelo país. Sabe tudo do processo, soube responder tudo, desde a matéria-prima, de custos, eficiência, enfim, a parte de laboratório, de análises, ele domina completamente o assunto, tem um domínio incrível e é muito legal por ser um aluno nosso", destaca a professora.

Luiz Donizete também comemora o fato de poder receber os alunos do IFSC, sua antiga casa. Tanto que, para ele, a oportunidade é como uma troca muito enriquecedora. "Porque quando aluno, você tem muita parte teórica, você até executa algumas atividades práticas e tal, mas na indústria é um mundo à parte, né? Então é muito, muito enriquecedora essa experiência e pra mim é muito gratificante, porque eu vim da pesquisa, eu vim desse meio e inclusive aqui na cervejaria a minha história começou através de uma visita dessa. Eu vim visitar, aí fiquei estagiando e depois do estágio estou aqui já há mais cinco anos, então é uma forma de eu devolver também pra comunidade acadêmica através dessas visitas", conta o profissional.

O cervejeiro entende que as empresas devem ser parceiras nesse tipo de atividade como incentivo à produção acadêmica. Para ele, a inovação aplicada na indústria é oriunda das pesquisas que são desenvolvidas no ambiente acadêmico. "Então, a gente como empresa, tem muito essa seriedade, essa forma de auxiliar quem está se formando, quem está buscando conhecimento. É muito massa.", completa. Donizete reconhece o papel do Instituto Federal de Santa Catarina como crucial em sua trajetória profissional. "Se não fosse o IFSC na minha vida, eu não seria a metade do profissional que sou hoje. Eu me desenvolvi completamente através do IFSC, não só como aluno, mas muito também dos projetos de pesquisa, das atividades, dos simpósios, das oficinas que participava, isso melhorou muito a minha questão de comunicação, minha forma de ver as coisas. Foi minha base, foi onde eu comecei a fazer projetos de pesquisa com cerveja, com hidromel, que me levou a chegar onde eu cheguei.", complementa.

O aluno Fulvio Batista Lemos Filho, da 7ª fase do curso superior de Engenharia Química, também destaca a presença do egresso Luiz Donizete como fator que mais lhe chamou atenção na atividade. "Fomos acolhidos pelo gerente de produção (mestre) da cervejaria que, foi aluno do IFSC, nosso anfitrião, fez uma breve apresentação sobre sua trajetória, e sobre a trajetória da cervejaria, depois passamos a visita técnica em cada um dos setores fabris, sendo nos apresentados com detalhes de funcionamento e função de cada equipamento. Também pudemos interagir com perguntas ou argumentos pertinentes aos equipamentos ou sobre a cervejaria", destaca o aluno. Após a apresentação, os estudantes foram convidados a fazer uma análise sensorial de um dos produtos já acabados. O aluno destaca a capacidade de volume de produção da cervejaria, do setor de brassagem, filtração e maturação. Também achou interessante as partes automatizadas que podem ser operadas remotamente.

O aluno destaca, também, o poder de ajuda no ensino-aprendizagem que uma atividade como essa pode exercer na vida dos estudantes. "Sem dúvidas tem um aspecto positivo na preparação e fixação dos conteúdos apresentados nas unidades curriculares, sendo possível os discentes poderem formar suas próprias percepções dos desafios que lhes aguardam no campo de atuação. É de fundamental importância práticas como essa, a instituição, pelos esforços do corpo docente, não tem medido esforços em buscar sempre aliar esse tipo de prática, fazendo com que os alunos possam ter esse contato com situações reais que lhes aguardam ainda na graduação na fase de estágios, bem como a pós-graduação, quando já estaremos prontos para o mercado de trabalho seja para qual for a área que escolhemos", complementa o estudante.

"Apesar de fazer parte da disciplina de atividade de extensão, para nós, acadêmicos da Engenharia Química, foi importante por conseguirmos fazer correlação com as matérias, por exemplo: Operações Unitárias I, Reatores Químicos, Fenômenos de Transporte, que são algumas disciplinas trabalhadas este semestre", comenta a aluna Roberta Andrade, também aluna da Engenharia Química. Ela é mais uma que destaca a importância de ter um ensino voltado ao mundo do trabalho, onde o aluno desde cedo já tem condições de aprender e vivenciar aquilo que a profissão lhe espera. "A relação de teoria e com a prática faz com que o conhecimento fique mais claro e mais palpável para relacionar um com o outro. Essas oportunidades que os docentes oferecem para os acadêmicos ampliam ainda mais a visão profissional", complementa a estudante.

 

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