INSTITUCIONAL Data de Publicação: 07 jul 2025 17:06 Data de Atualização: 11 jul 2025 00:21
O Câmpus Florianópolis do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) recebeu, nesta sexta-feira (4), a visita do professor Samuel Oluwafemi Oluwatobi, da Universidade de Joanesburgo (UJ), na África do Sul. A atividade marca o reencontro entre as instituições, que iniciaram aproximações em 2019, quando o docente esteve pela primeira vez no IFSC.
Durante a palestra, o professor compartilhou sua trajetória acadêmica e os avanços do grupo de pesquisa CHEM NANOBEW, vinculado ao Departamento de Ciências Químicas da UJ. A equipe atua no desenvolvimento de soluções inovadoras em nanotecnologia, com aplicações em áreas como tratamento de água, geração de energia, agricultura, saúde e segurança — incluindo o uso de nanopartículas metálicas, membranas superhidrofóbicas, células solares e pontos quânticos. Samuel também apresentou os laboratórios da universidade, destacou o crescimento da produção científica e apontou como as colaborações internacionais têm impulsionado esse desempenho. Somente na área de Química, a UJ alcançou o primeiro lugar no QS Subject Rankings 2025 na África do Sul, e a instituição figura atualmente entre as 25 melhores do mundo no THE Impact Rankings 2025.
Mais do que dados e pesquisas, a apresentação trouxe reflexões sobre a história da própria universidade. Criada em 2005 a partir da fusão de três instituições segregadas pelo regime do apartheid, a Universidade de Joanesburgo é hoje um símbolo da reconstrução social na África do Sul. Um dos seus campi está localizado em Soweto, bairro historicamente marcado pela resistência e vizinho à casa de Nelson Mandela. Para o professor, essa origem inspira uma atuação baseada na inclusão, na diversidade e no compromisso com o desenvolvimento do continente africano, valores sintetizados no slogan institucional “The Future. Reimagined”.
A universidade adota atualmente seis diretrizes estratégicas que orientam suas ações: excelência em pesquisa e inovação; ensino de qualidade; internacionalização; experiência estudantil enriquecedora; gestão da reputação nacional e global; e preparação para relevância internacional. Todas essas metas dialogam com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, a redução das desigualdades e os desafios da Quarta Revolução Industrial.
“Gostaríamos de ampliar a interação entre a nossa universidade e o IFSC. Sabemos que há oportunidades de colaboração entre África do Sul e Brasil, e seria muito positivo construirmos juntos propósitos comuns, com mobilidade de estudantes e docentes entre as instituições”, afirmou Oluwafemi. “As colaborações internacionais já melhoraram significativamente nossa produção científica e nosso impacto acadêmico.”
O evento, que contou com a presença de estudantes e servidores de diversas áreas, foi uma oportunidade de troca e inspiração. Além de aproximar realidades distintas, encontros como esse reforçam a importância da cooperação internacional no fortalecimento do ensino, da pesquisa e da inovação em instituições públicas como o IFSC. Promover o intercâmbio de saberes e experiências com universidades de outros países é abrir caminhos para uma ciência mais plural, conectada com os desafios contemporâneos e socialmente transformadora.