INTERNACIONAL Data de Publicação: 18 out 2024 14:58 Data de Atualização: 18 out 2024 16:36
Ângelo Rorato de Araújo, estudante do curso superior de tecnologia em Viticultura e Enologia do Câmpus Urupema, está desde agosto realizando seu estágio no Instituto Estatal de Instrução Secudária, G.B. Cerletti, em Conegliano, na Itália, uma das escolas mais antigas e reconhecidas da área de enologia na Europa.
A realização de estágios internacionais não é comum no IFSC e, neste caso em particular, a oportunidade surgiu por meio de contatos pessoais de Ângelo. “ Cheguei aqui por uma série de contatos, amigos e pessoas que têm o meu sobrenome. Com algum tempo de pesquisa, eu e minha mãe conseguimos fazer esses contatos com pessoas aqui na Itália, um deles tem o sobrenome Rorato, como o meu, e por essa pessoa fui me ligando a outras e abrindo portas até que eu chegasse a escola em Conegliano”, lembra.
Segundo ele, apesar de estar em uma escola tão antiga, os conhecimentos adquiridos durante o curso no IFSC são bastante reconhecidos. “O instituto já carrega um nome importante quando falo de onde venho. O IFSC deu uma ótima base para que se possa participar das aulas e do ambiente aqui, por mais que seja um curso compactado em três anos, ele ainda é equivalente ao nível de faculdade enológica aqui na Itália”.
“Minha rotina é acordar pela manhã cedo e já ir para a cantina/vinícola. A realidade aqui é um pouco diferente porque a vinícola se encontra dentro da cidade, com os vinhedos ao redor e em proporções pequenas. A cultura aqui é de muito estudo e trabalho então é isso que eles esperam dos alunos em geral. O trabalho em cantina é novo para mim, mas é uma coisa que eu esperava. Na Itália já é muito antigo o costume de beber vinho e saber um pouco sobre ele, então temos clientes constantes que vêm comprar vinho a granel para os meses do ano”, conta Ângelo.
A orientadora de Ângelo, professora Carolina Pretto Panceri, destaca que a oportunidade vai muito além do aprendizado técnico: “Uma experiência em outro país sempre traz benefícios a mais para o estudante, como desenvolver habilidades de comunicação, correlação entre as técnicas realizadas lá e no Brasil, aprendizados culturais, entre outros”.
O estudante também destaca a questão cultural em relação ao vinho. Por ser um país cujos habitantes têm bastante conhecimento sobre o tema e pela tradição na produção, as pesquisas acaba sendo facilitadas. “Por já ter uma estrutura muito antiga e estabelecida, eles têm uma facilidade maior no desenvolvimento de pesquisas e na disponibilidade de insumos. Por terem uma cantina {a disposição da escola, eles conseguem demonstrar ao aluno como é a vida profissional e realizam as aulas de uma forma muito prática. O segundo andar da estrutura da empresa é onde se localizam os laboratórios de química, abastecidos de equipamentos de ponta. Outro fator que colabora para a qualidade da estrutura aqui é que, além da escola, o espaço é dividido pela faculdade de Padova, com o câmpus dedicado à viticultura e enologia no mesmo local, possibilitando a troca de conhecimento entre os alunos e até entre os professores”, conta.
De acordo com a professora Carolina, a intenção do Câmpus Urupema é estreitar os laços com a escola em Conegliano, buscando um memorando de entendimento com o apoio da Assessoria de Relações Externas Internacionais do IFSC (Arexi) , possibilitando novos estágios e modalidades de intercâmbio para discentes e docentes.